terça-feira, 24 de novembro de 2009

terça-feira, 29 de setembro de 2009

POUCOS HOMENS ESTÃO TÃO DESPERTOS COMO ESSE HOMEM, INFELIZMENTE!


"Pela primeira vez, não vamos ter um candidato de direita na campanha. Não é fantástico isso? Vocês querem conquista melhor do que, numa campanha, neste país, a gente não ter nenhum candidato de direita? Uns podem não ser mais tão esquerda quanto eram. Não tem problema. A história e a origem dão credibilidade para o presente das pessoas. Era inimaginável até outro dia que chegássemos a esse momento no Brasil. Não tem um candidato que represente a direita. É fantástico. (…) Antigamente, a campanha era o candidato de centro-esquerda ou de esquerda contra os trogloditas de direita. Começou a melhorar já comigo e com o Fernando Henrique Cardoso, já foi um nível elevado. Depois, eu e o Serra também. Depois veio o Alckmin e baixou o nível, por conta dele, não por minha conta" (gn) Luiz Inácio Lula da Silva, um dos poucos homens despertos nesse país. (http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/lula-entrega-os-pontos-precocemente-e-ja-da-como-certa-a-derrota-de-dilma/)

E desperto por que? Porque além de ver a realidade, foi ele mesmo que assim ajudou a construí-la: "E eu [Lula] queria começar com uma visão que eu tenho do Foro de São Paulo. Eu que, junto com alguns companheiros e companheiras aqui, fundei esta instância de participação democrática da esquerda da América Latina, precisei chegar à Presidência da República para descobrir o quanto foi importante termos criado o Foro de São Paulo." (http://www.info.planalto.gov.br/download/discursos/pr812a.doc) (FORO DE SÃO PAULO - NOVO ALERTA )

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ESTADO ASSISTENCIALISTA


"(...) e se os tigres e os leões lhe comem a ração da carne que não caçaram no bosque, sejam presos e encerrados com grades de ferro." Sermão de Santo Antônio - VIEIRA, Antônio in Sermões, organização Alcir Pécora, Tomo I, 1a edição, São Paulo, Editora Hedra, 2000, p. 321

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

PADRES DA IGREJA CATÓLICA NO BRASIL, ATENÇÃO !


"Vós, diz Cristo, Senhor nosso, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chama-lhes sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. O efeito do sal é impedir a corrupção; mas quando a terra se vê tão corrupta como está a nossa, havendo tantos nela que têm ofício de sal, qual será, ou qual pode ser a causa desta corrupção? Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra se não deixa salgar. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores não pregam a verdadeira doutrina; ou porque a terra se não deixa salgar e os ouvintes, sendo verdadeira a doutrina que lhes dão, a não querem receber. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores dizem uma cousa e fazem outra; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes querem antes imitar o que eles fazem, que fazer o que dizem. Ou é porque o sal não salga, e os pregadores se pregam a si e não a Cristo; ou porque a terra se não deixa salgar, e os ouvintes, em vez de servir a Cristo, servem a seus apetites. Não é tudo isto verdade? Ainda mal!


Suposto, pois, que ou o sal não salgue ou a terra se não deixe salgar; que se há-de fazer a este sal e que se há-de fazer a esta terra? O que se há-de fazer ao sal que não salga, Cristo o disse logo: Quod si sal evanuerit, in quo salietur? Ad nihilum valet ultra, nisi ut mittatur foras et conculcetur ab hominibus. “Se o sal perder a substância e a virtude, e o pregador faltar à doutrina e ao exemplo, o que se lhe há-de fazer, é lançá-lo fora como inútil para que seja pisado de todos.” Quem se atrevera a dizer tal cousa, se o mesmo Cristo a não pronunciara? Assim como não há quem seja mais digno de reverência e de ser posto sobre a cabeça que o pregador que ensina e faz o que deve, assim é merecedor de todo o desprezo e de ser metido debaixo dos pés, o que com a palavra ou com a vida prega o contrário."


Sermão de Santo Antônio - VIEIRA, Antônio in Sermões, organização Alcir Pécora, Tomo I, 1a edição, São Paulo, Editora Hedra, 2000, ps. 317/318

ELE TINHA RAZÃO.


"Apresentador: Presidente, a economia brasileira voltou a registrar crescimento. Isso significa dizer que o Brasil já saiu da crise financeira mundial?

Presidente: Isto significa, Luciano, apenas confirmar aquilo que a gente dizia, em dezembro do ano passado, aquilo que a gente dizia em janeiro: de que a crise tinha chegado por último no Brasil e que ela ia acabar primeiro no Brasil. Por que? Porque o Brasil estava preparado. O Brasil tinha uma economia sólida, tinha uma estabilidade muito sólida, o Brasil tinha reservas e o Brasil tinha um mercado interno potencial que outros países não tinham. Então, quando veio a crise e nós tomamos as medidas anticíclicas que nós tomamos, incentivando a indústria a produzir e facilitando a vida do consumidor, no caso de carro, de geladeira, de material da construção civil, de máquina de lavar roupa, de fogões. Ou seja, o que aconteceu é que nós voltamos a bater recorde de produção e de venda nesses produtos, inclusive, na construção civil, que tem crescido de forma extraordinária, não apenas por aquilo que já vinha sendo feito, mas depois do lançamento do Programa Minha Casa, Minha Vida, cresceu muito mais ainda. (...)” (http://cafe.radiobras.gov.br/Aberto/Cafe/Presidente)

Superado o “estilo lingüístico” do Lula (e, para aqueles que lerem a entrevista inteira, sua verborréia comunista), quero apenas fazer constar que, como apontado em meu artigo MACHO ALFA, o presidente estava certo a respeito dos efeitos da crise no Brasil.

Bem, não foi grande mérito dele se considerarmos que os indicadores todos apontavam nesse sentido e só não viram isso aqueles completamente cegos para a realidade da economia brasileira (como a mídia, para variar um pouco) ou aqueles que faltaram com a verdade a respeito dessa realidade (como os Democratas, por exemplo).

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

DISCIPULUS EST PRIORIS POSTERIOR DIES – O DIA DE HOJE É DISCÍPULO DO DE ONTEM (E MESTRE DO DE AMANHÃ)


Outra fonte para o que foi retratado nos artigos CONHECIMENTO E CONSERVADORISMO e ARGUMENTO HISTÓRICO DO CONSERVADORISMO :

“Sempre que alguém estiver inclinado a fazer pouco caso da utilidade do estudo histórico, talvez faça bem a essa pessoa se lembrar de que todo o progresso humano depende do fato de cada geração partir do vantajoso conhecimento adquirido e acumulado por meio de todas as experiências anteriores, e de que a história é o templo onde os dados dessa experiência são guardados. Pessoas que não conhecem história estão inclinadas a serem presunçosas e precipitadas em seus métodos políticos. Elas saem defendendo erros que foram desmascarados eras atrás, tentando experimentos políticos, industriais, financeiros que já foram tentados e considerados fúteis e desastrosos inumeráveis vezes; dando passos em falso que seus ancestrais já haviam dado e, então, haviam descoberto se tratarem de passos tolos e miseráveis; fazendo a própria civilização não parecer mais um fluxo reto adiante, mas sim um redemoinho d’água, com suas correntezas carregando os homens e suas instituições em um violento movimento circular em direção a um abismo de escuridão.”

CLARE, Israel Smith, Library of universal history : containing a record of the human race from the earliest historical period to the present time. tradução livre New York : R.S. Peale, J.A. Hill, 1897, p. viii

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

MICHAEL MOORE NO MORE e OLIVER STONED


de Michael Moore No More



de Oliver Stoned

Quero saber se Michael Moore No More e Oliver Stoned já estão limpando a bunda com Granma, aquele jornal comunista que os cubanos estão usando no lugar de papel higiênico, que está em falta na ilha maravilhosa de Castro e Moore(http://revistaveja.wordpress.com/2009/09/06/ate-que-enfim-serviram-para-algo/).

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

MASSA ... QUE TAL UM FETTUCCINI?


Sociedade de massa? Consumismo? Faça o seguinte. Pegue algum item que você comprou no supermercado recentemente, coloque-o diante de si (mas tem que colocar mesmo, .... pausa para você fazer isso ... ok), olhe-o com cuidado e identifique quais são suas partes. Estou com uma garrafa de água mineral diante de mim: água cristalina, com grau bastante alto de limpidez, que estava outrora em algum lugar da natureza e foi de lá extraída, após o que passou por um processo de limpeza e foi inserida em uma garrafa de plástico transparente, incolor, com leves ondas em alto-relevo, composta por elementos e/ou outras garrafas que saíram de outros diversos lugares, identificada por um rótulo bonito, com várias informações importantes e específicas para esse produto dessa marca, com cores e desenhos que foram feitos pela sobreposição de uma tinta especial para o material do rótulo, todos unidos finalmente em algum lugar desse planeta Terra e trazido de caminhão, acredito eu, até a minha cidade, onde foi colocado em uma prateleira de um local (supermercado, em geral) que tem um custo de manutenção (luz, locação, seguros, mão-de-obra, impostos, limpeza, propaganda, etc.) pelo importe de R$ 1,19 ... Volto a olhar para essa água e imaginar quanto custaria apenas para pagar o pedágio e abastecer de combustível o caminhão que a trouxe lá da fábrica onde ela estava até o supermercado aqui da minha cidade e me impressiono que isso possa custar apenas R$ 1,19, surpresa que só aumenta quando penso no lucro da empresa produtora da água em garrafa, da transportadora, do supermercado, e eventualmente de terceiros – bancos financiadores da operação, seguradoras, etc. E então, casualmente, olho para o iogurte de morango que apreciarei agora mesmo e penso em tantas outras coisas estão lá na prateleira do supermercado ... kiwi da Nova Zelândia por R$ 0,80/100g, queijo de Minas por R$1,30/100g ou da França por um pouco mais, vinho tinto argentino por R$ 7,95, bombom de cupuaçu (alguém já viu uma árvore dessas por aí?), etc ... E aí, você e os 400 milhões de chineses que saíram da miséria nos últimos anos estão prontos para agradecer à realidade do consumo (inclusive a do consumismo) e a da maravilhosa sociedade de massa ?

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

VERGONHA !!


Vamos comparar dois líderes estudantis:
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YON GOICOECHEA

Yon Goicoechea, líder estudantil na Venezuela, ganhou em junho de 2008, por sua luta a favor da democracia, um prêmio de US$ 500.000,00 do instituto americano Cato, com sede em Washington. Por ser ameaçado de seqüestro e até de morte pelos chavistas, ele não sai mais sozinho na rua e troca o número do seu celular a cada quinze dias (para evitar ser grampeado). Ele critica movimentos estudantis que recebem dinheiro do governo (como o que ocorre no Brasil, by the way) e é contra invasões de reitoria como forma de protesto (o que não demonstra nada mais do que o mínimo de civilidade, maturidade e profundidade intelectual). Vejamos o que ele tem para dizer (http://veja.abril.com.br/040608/entrevista.shtml):

Veja – Líderes estudantis brasileiros, sobretudo aqueles ligadas à União Nacional dos Estudantes (UNE), já declararam apoio incondicional ao presidente Hugo Chávez. Eles também estão sendo mais ideológicos do que pragmáticos?

Goicoechea – Sem dúvida. Acho indefensável que haja no movimento estudantil brasileiro líderes que saiam em defesa das práticas autoritárias do governo venezuelano. Prefiro acreditar que eles fizeram isso por um profundo desconhecimento das reformas propostas por Chávez. SE ESTIVESSEM MAIS BEM INFORMADOS, ESSES ESTUDANTES BRASILEIROS NÃO TERIAM TOMADO UMA POSIÇÃO QUE VAI DE ENCONTRO À DIVERSIDADE DE OPINIÕES E ÀS LIBERDADES INDIVIDUAIS.
COMO SER A FAVOR DE REFORMAS QUE TIRARIAM DAS PESSOAS DIREITOS TÃO BÁSICOS, COMO O DE ESCOLHER SEUS GOVERNANTES E ATÉ O DE OPTAR PELA PROFISSÃO QUE DESEJAM SEGUIR? NÃO FAZ NENHUM SENTIDO QUE ESTUDANTES TENHAM SIMPATIA POR TAIS IDÉIAS. (gn)

Veja – De onde vem o dinheiro para manter o movimento estudantil que você comanda?

Goicoechea – Da contribuição mensal dos estudantes e de empresas do setor privado. Elas dão dinheiro por meio de uma fundação mantida pelo próprio movimento estudantil. DO GOVERNO, EVIDENTEMENTE, NÃO VEM NEM UM CENTAVO. É claro que isso tem uma relação direta com o fato de o movimento ser de oposição a Chávez. Mas, mesmo que o governo quisesse nos ajudar financeiramente, eu seria absolutamente contra.

Veja – Por quê?

Goicoechea –
Não acho apropriado para um movimento estudantil manter uma relação tão estreita com o governo. Por definição, uma organização dessa natureza precisa ser independente. Do contrário, dificilmente fará um trabalho sério. Às vezes, os estudantes precisam se colocar contra o governo, como acontece hoje na Venezuela. Com uma relação financeira estabelecida entre as duas partes, a isenção fica naturalmente comprometida. (gn)

Veja – No Brasil, uma parte do orçamento da UNE vem do governo...

Goicoechea –Para mim, está claro que esse é um modelo fadado ao fracasso. Se fosse estudante no Brasil, faria uma reflexão sobre isso.
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AUGUSTO CHAGAS

Augusto Chagas, líder estudantil no Brasil, substituto da comunista que vendeu (ou doou) a UNE, Lúcia Stumpf, fala à Veja (edição 2124):

Veja – Então, se conseguir a indenização, a UNE não precisará mais pedir dinheiro ao governo.

Chagas – Aí, não. São coisas diferentes. É DEVER DO GOVERNO E DAS ESTATAIS ajudar os estudantes a financiar suas atividades. (gn)

Veja – Quando você entrou na faculdade?

Chagas – Em 2001.

Veja – Oito anos não foram suficientes para se formar? (gn)

Chagas – Na universidade, você decide quanto vai estudar em cada ano. [!?!] Estou fazendo devagar.

Veja – E trabalha?

Chagas – Estou dedicado só aos estudos [!?! - que estudos são esses que em 8 anos ele não concluiu uma faculdade de 4?] e à militância [ahhh, então ele não é estudante, ele é militante partidário (PCdoB) – o que não é novidade na UNE]. Trabalhar na minha área, a computação, só depois. (gn)

[!?!]

quinta-feira, 30 de julho de 2009

DEFINIÇÃO MUSICAL DE REVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO

REVOLUÇÃO
preste atenção na letra para ver a revolução



EVOLUÇÃO
preste atenção na melodia para ver a evolução
(só funciona se você ver as duas partes na ordem – se inverter ou ir direto para a segunda, que é incrível – Karajan, um dos maiores maestros da história chora nessa parte -, não vai funcionar)



ESTRANHA HOSTILIDADE, ESTRANHA AMIZADE

“(...) durante a crise das charges de Maomé que, publicadas em 2005 num jornal dinamarquês, resultaram em protestos exaltados entre populações islâmicas, a intelectualidade e a esquerda, quando não se calaram, tomaram o partido daqueles que exigiam a censura. Por estranho que soe, respeitar as sensibilidades dos seguidores de uma e apenas uma religião se converteu em algo politicamente correto. A esquerda, que, herdeira secularista do iluminismo, criticou sempre o conservadorismo religioso, tem reagido de forma tíbia e, às vezes, até endossado as limitações crescentes que fanáticos e parte do clero mulçumano buscam impor às sociedades abertas do planeta. Talvez o enigma se explique devido ao fato de que, na mitologia terceiro mundista atual, o Islã é a fé dos novos oprimidos, os que assumiram o papel há muito descartado pelo proletariado industrial.” (http://veja.abril.com.br/220709/liberdade-ofende-p-132.shtml)

Rápidas notas para futuro estudo aprofundado:

1. Marx previa que haveria um conflito pan-europeu e que quando isso ocorresse, os trabalhadores dos países em conflito, oprimidos, se uniriam contra os respectivos poderes opressores

2. A Primeira Guerra Mundial ocorreu, mas a união dos trabalhadores, para a surpresa dos marxistas clássicos, não

3. Antonio Gramsci e Georg Lukács concluem que isso não ocorrera pois os trabalhadores estavam supostamente sob o domínio da Cultura Ocidental (por isso a revolução teria dado certo na Rússia), cultura que tem como importante elemento a moral judaico-cristã

4. Surge o Marxismo Ocidental (Cultural) como forma de alterar a estrutura da Cultura Ocidental, em especial a Moral judaico-cristã, que impedia a revolução, tendo como grandes expoentes Sartre, Foucault, Marcuse, Adorno, esses dois membros da Escola de Frankfurt, Habermas, dentre outros, fontes de várias militâncias que muitos sequer sabem ser de esquerda, dentre as quais destaco uma que estudarei em breve no livro “Goodbye, Good Men – How Liberals Brought Corruption into the Catholic Church” que acabei de comprar.

5. Marcuse, autor do livro “Eros e Civilização” (principal livro da revolução hippie – “faça amor, não faça guerra”), dentre outros, foi relevante combustível para a “revolução” estudantil de 68, que se opôs, dentre outros pontos, a suposta opressão sexual da moral judaico-cristã, do que resultou no fortalecimento do divórcio, do casamento gay, do aborto como liberdade da mulher, da liberdade sexual total [e, em um plano mais amplo, da própria Nova Era (http://www.padrefaus.org/wp-content/uploads/2009/05/sobreaideologianewage.rtf) - quem não conhece Imagine de John Lenon (http://letras.terra.com.br/john-lennon/79780/)] ... todas “políticas” “politicamente corretas” que não são associadas à esquerda embora todos saibam que são os partidos de esquerda que as defendem (o que não é de se estranhar, considerando que elas fazem parte de um projeto de alteração da estrutura da Cultura Ocidental a fim de permitir a realização da revolução – que pelo caminhar da carruagem não ocorrerá da forma clássica).

6. Sartre e outros influenciaram, por exemplo, a Revolução Iraniana. O livro Lês damnés de la Terre, com introdução de Sartre (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Wretched_of_the_Earth), manual revolucionário comunista, foi traduzido para o persa (farsi) pelo Ali Shariati (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Wretched_of_the_Earth), um dos principais ideólogos (se não o maior) da Revolução Iraniana (http://en.wikipedia.org/wiki/Ali_Shariati) que estudou islamismo, pasmem, com dois scholars franceses Luis Massignon (http://en.wikipedia.org/wiki/Louis_Massignon) e Jacques Berque (http://en.wikipedia.org/wiki/Jacques_Berque)

Não estranho, portanto, que a maioria das pessoas não veja nada de errado na existência simultânea de um comportamento hostil ao Cristianismo e amistoso ao Islamismo, como bem abordado na reportagem da Veja lançada parcialmente acima.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

QUEM DISSE QUE O COMUNISMO PAROU DE MATAR? APRESENTO: ÁFRICA !

Comunistas, capitalistas, indiferentes, diferentes, todos reconhecem a matança empreendida por regimes comunistas neste último século (porque não há negativa de fatos históricos tão recheados de provas como esse). Os comunistas assumiram esse horror no livro que eles mesmos publicaram (Livro Negro do Comunismo) e já nem tentam negar mais tais fatos. Agora eles querem é ficar contando o número de mortos do Capitalismo - como se o Capitalismo fosse um sistema político-social de gestão com metas definidas por uma pessoa ou um pequeno grupo delas, autoentituladas para isso.

Não obstante a certeza histórica desse horrível empreendimento humano, ele é pouco conhecido da maioria das pessoas. Cabe aos poucos que sabem, dizer e demonstrar aos muitos que não sabem o que ocorreu. É assim que se separa o joio do trigo, aquele que sabendo do ocorrido e permanece em sua defesa, daquele que o nega que ele é. É uma missão ! Não ! É mais do que uma missão. É uma questão de responsabilidade ! Não por ser uma questão de consciência histórica, de respeito à verdade, de preocupação em evitarmos que repitamos esses mesmos erros. É claro que é tudo isso. Mas é uma questão de responsabilidade porque esses erros do passado não são do passado! Eles continuam acontecendo em escala assustadora.

Olhem para a África! Verão naquele continente que isso tudo não é uma questão do passado! Não é uma página virada! Não é uma situação muito diferente do que ocorreu na Ásia, por exemplo!

60% da população do SEGUNDO CONTINENTE MAIS POVOADO do planeta, a África, vive ATUALMENTE sob o governo de partidos ASSUMIDAMENTE Comunistas (uns mais, outros menos, mas todos assumidamente comunistas). São 29 países Africanos com governos ASSUMIDAMENTE Comunistas. A outra parte da população (40%) pertence a Estados com os demais tipos de governo (ora puramente nacionalistas, ora fundamentalistas, ora liberais, ora militares, ora de direita, e, quem sabe, de esquerda não assumida).

Angola é governada pelo MPLA ou Movimento Popular de Libertação de Angola, que foi um movimento de luta pela independência de Angola de inspiração comunista e apoiado pela URSS (http://pt.wikipedia.org/wiki/Angola). O Egito é governado pelo Partido Democrático Nacional, partido filiado à Internacional Socialista (http://en.wikipedia.org/wiki/National_Democratic_Party_(Egypt), assim como o é o partido que governa Gana (http://en.wikipedia.org/wiki/National_Democratic_Congress_(Ghana) e que governa a Namíbia (http://en.wikipedia.org/wiki/South-West_Africa_People%27s_Organisation). A Etiópia é governada pela Frente Revolucionária Democrática Popular, partido de esquerda (http://en.wikipedia.org/wiki/EPRDF). Guiné-Bissau é governada por uma esquerda radical (http://en.wikipedia.org/wiki/African_Party_for_the_Independence_of_Guinea_and_Cape_Verde). A África do Sul é governada por um partido que é apoiado pela esquerda sindicalizada e filiada e define-se como sendo a “força disciplinada da esquerda” (http://en.wikipedia.org/wiki/African_National_Congress). Nem esperaria algo diferente, considerando que Nelson Mandela clamou ao povo: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!" (http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela) – causa nobre, mas método e amigos errados. A Argélia também é governada por um partido assumidamente comunista (http://pt.wikipedia.org/wiki/Frente_de_Liberta%C3%A7%C3%A3o_Nacional_(Arg%C3%A9lia), bem como Cabo Verde (http://en.wikipedia.org/wiki/African_Party_for_the_Independence_of_Cape_Verde), Costa do Marfim (http://en.wikipedia.org/wiki/Ivorian_Popular_Front), Moçambique (http://en.wikipedia.org/wiki/FRELIMO), os dois Congos (http://en.wikipedia.org/wiki/Congolese_Labour_Party) (http://en.wikipedia.org/wiki/Congolese_Party_of_Labour), Ruanda (http://en.wikipedia.org/wiki/Rwandan_Patriotic_Front), Senegal (http://en.wikipedia.org/wiki/Senegalese_Democratic_Party), Serra Leoa (http://en.wikipedia.org/wiki/All_People%27s_Congress), Tunísia (http://en.wikipedia.org/wiki/Constitutional_Democratic_Rally), Uganda (http://en.wikipedia.org/wiki/National_Resistance_Movement), Zimbábue (http://en.wikipedia.org/wiki/Zimbabwe_African_National_Union_%E2%80%93_Patriotic_Front), Líbia, cujo atual governante define seu regime como sendo um “Socialismo Islâmico” (http://en.wikipedia.org/wiki/Muammar_al-Gaddafi#Islamic_Socialism_and_pan-Arabism), dentre outros assumidamente comunistas.

Se considerarmos a história (e estou falando apenas dos últimos 50 anos), o número de países com governos comunistas sobe para 34.

Não é à toa que os russos do alto escalão, segundo Jean-François Deniau, disseram:

“We took Angola and you did not protest…. Then we took Mozambique. Forget it, you don’t even know where it is. Then we took Ethiopia, a key move. There again we noted that you could have replied via Somalia or Eritrea or both. No reply. We noted that and put it into our analyses. Then we took Aden and set up a powerful Soviet base there. Aden! On the Arabian Peninsula! In the heart of your supply center! No response. So we noted: we can take Aden.” (Jean-Francois Deniau, “La détente froide,” L’Express, 3 September 1982; taken from How Democracies Perish, Jean-Francois Revel, pp. 340-341)

Se estamos seguindo esse mesmo rumo aqui na América Latina, que já conta com 15 países governados pelo mesmo Foro de São Paulo, instituição comunista criada por Fidel e Lula, não sei. Mas já há algum tempo o Lula vem antecipando que a meta é de maior parceria com a África (http://www.google.com.br/search?hl=pt-BR&q=lula+africa+parceria&meta=&aq=f&oq=)!

(I)MORALIDADE

“Não é preciso penetrar na intenção do agente, porque do próprio objeto resulta a imoralidade. Isso ocorre quando o conteúdo de determinado ato contrariar o senso comum de henestidade, retidão, equilíbrio, justiça, respeito à dignidade do ser humano, à boa-fé, ao trabalho, à ética das instituições. A moralidade exige proporcionalidade entre os meisoe os fins a atingir; entre os sacrifícios impostos à coletividade e os benefícios por ela auferidos; entre as vangagens usufruídas pelas autoridades públicas e os encargos impostos à maioria dos cidadãos. POR ISSO MESMO, A IMORALIDADE SALTA AOS OLHOS QUANDO A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA [e aqui está incluído o Congresso Nacional] É PRÓDIGA EM DESPESAS LEGAIS, PORÉM INÚTEIS, COMO PROPAGANDA OU MORDOMIA, quando a população precisa de assistência médica, alimentação, moradia, segurança, educação, isso sem falar no mínimo indispensável à existência digna. NÃO É PRECISO, PARA INVALIDAR DESPESAS DESSE TIPO, ENTRAR NA DIFÍCIL ANÁLISE DOS FINS QUE INSPIRARAM A AUTORIDADE; O ATO EM SI, O SEU OBJETO, O SEU CONTEÚDO, contraria a ética da instituição, AFRONTA A NORMA DE CONDUTA ACEITA COMO LEGÍTIMA PELA COLETIVIDADE ADMINISTRADA. Na aferição da imoralidade administrativa, é essencial o princípio da razoabilidade.”1 (gn) “Cota [de viagem] para usar como quisesse”(!?!), inclusive para ir à Lua, deputado? acho que não !!



“A conduta do administrador público em desrespeito ao princípio da moralidade administrativa enquadra-se nos denominados atos de improbidade, previstos pelo art. 37, parágrafo 4º da Constituição Federal, e sancionados com a SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS, A PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA, A INDISPONIBILIDADE DOS BENS E O RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, na forma e gradação previstas em lei, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL CABÍVEL, permitindo ao Ministério Público a propositura de ação civil pública por ato de improbidade, com base na Lei n. 8.429/92 para que o Poder Judiciário exerça o controle jurisdicional sobre lesão ou ameaça de lesão ao patrimônio público.”2 (gn)

“Art. 37. A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios OBEDECERÁ AOS PRINCÍPIOS de legalidade, impessoalidade, MORALIDADE, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) § 4º - OS ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA IMPORTARÃO A SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS, A PERDA DA FUNÇÃO PÚBLICA, A INDISPONIBILIDADE DOS BENS E O RESSARCIMENTO AO ERÁRIO, NA FORMA E GRADAÇÃO PREVISTAS EM LEI, SEM PREJUÍZO DA AÇÃO PENAL CABÍVEL.” (gn) Constituição Federal (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm)

“Art. 11. Constitui ato de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE ATENTA CONTRA OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, (...)” Lei 8.429, de 02 de junho de 1992 (http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L8429.htm)

“Art. 10. Constitui ato de IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA QUE CAUSA LESÃO AO ERÁRIO QUALQUER AÇÃO OU OMISSÃO, DOLOSA OU CULPOSA, QUE ENSEJE PERDA PATRIMONIAL, DESVIO, APROPRIAÇÃO, MALBARATAMENTO OU DILAPIDAÇÃO DOS BENS OU HAVERES DAS ENTIDADES REFERIDAS NO ART. 1º DESTA LEI [QUALQUER DOS PODERES DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL, DOS MUNICÍPIOS], e notadamente: I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo patrimonial das entidades mencionadas no art. 1º desta lei[qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios]” (gn) Lei 8.429, de 02 de junho de 1992 (http://www.planalto.gov.br/ccivil/Leis/L8429.htm)

“Vale dizer que a lesão ao princípio da moralidade ou a qualquer outro princípio imposto à Administração Pública constitui uma das modalidades de ato de improbidade. Para ser ato de improbidade, não é necessária a demonstração de ilegalidade do ato; basta demonstrar a lesão à moralidade administrativa.”3 (gn)

“Além disso, a inserção do princípio da moralidade na Constituição é coerente com a evolução do princípio da legalidade ocorrida no sistema jurídico de outros países, evolução essa que levou à instituição do Estado Democrático de Direito, consagrado no preâmbulo da Constituição e em seu artigo 1º. Isso significou REPULSA AO POSITIVISMO JURÍDICO E A AMPLIAÇÃO DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE, QUE PASSOU A ABRANGER VALORES OUTROS, COMO OS DA RAZOABILIDADE, BOA-FÉ, MORALIDADE, ECONOMICIDADE e tantos outros hoje consagrados na doutrina, na jurisprudência e mesmo em regras expressas na Constituição e em norma infraconstitucionais. O OBJETIVO FOI O DE RECONQUISTAR O CONTEÚDO AXIOLÓGICO DO DIREITO, PERDIDO EM GRANDE PARTE COM O POSITIVISMO JURÍDICO.”4 (gn)

Eis os fundamentos para o ajuizamento de AÇÃO JUDICIAL com a finalidade de: (1) declarar a invalidade de toda essa farra das passagens aéreas, (2) suspender os direitos políticos de cada um desses fanfarrões ( - alguns deles estão na seguinte lista: http://congressoemfoco.ig.com.br/upload/congresso/arquivo/VoosInternacionais_Resumo4.pdf) e (3) condená-los todos a ressarcir o Erário Público, com juros e correção monetária. Infelizmente um cidadão comum, como eu, por exemplo, não pode ajuizar esse tipo de ação.

1. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Discricionariedade administrativa na Constituição de 1988. São Paulo: Atlas, 1991. p. 111.

2. MORAES, Alexandre de. Direito constitucional. 23ª edição. São Paulo: Atlas, 2008. p. 323

3. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo.21ª edição. São Paulo: Atlas, 2008. p. 765.

4. Idem. p. 764.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

IGREJA, CELIBATO E HOMOSSEXUALIDADE


Há algum tempo li um artigo denominado “Does it matter more if a priest cheats with man or woman?”, publicado no USA Today, do qual, após a superação da sensação de desperdício de tempo, concluí que valeu a experiência pela identificação de um típico e expressivo exemplo do que está acontecendo lá nos EUA, aqui no Brasil e, é claro, no Paraguai. Vejam os seguintes trechos:

TRECHO 1: "former Archbishop of Milwaukee Rembert Weakland, once BELOVED BY CATHOLIC PROGRESSIVES for his social activism, has told Rachel Zoll of the Associated Press about his decades-long struggle with the homosexual desires that led to a costly scandal" (grifei)

TRECHO 2: “Cozzens is the author of several books on the priesthood including Freeing Celibacy [obviamente progressista]. He told the Palm Beach Post on Saturday: ‘I know a lot of good priests who are struggling with celibacy. It's more the loneliness than the absence of a full sexual life. The time is coming for us to openly discuss optional celibacy.’”

Da leitura desse artigo, dá para rapidamente perceber que os "progressistas" que estão desrespeitando o celibato (trecho 1) são exatamente os mesmos que estão defendendo o fim dele (trecho 2).

Essa situação, em que um GRUPO X (de pessoas) apresenta a mudança ou extinção de algo como solução para um problema que é criado por esse mesmo GRUPO X, é a típica situação articulada para desviar o foco de uma questão que, se realmente tivesse que ser analisada, deveria ser analisada sob a ótica da UTILIDADE OU NÃO DO CELIBATO, do MOTIVO OU NÃO PARA O CELIBATO e não sob a ótica de uma PRETENSA SOLUÇÃO A UM PROBLEMA QUE SEQUER DEVERIA EXISTIR.

Esse raciocínio não é novidade. Estamos vendo vários deles por aí atualmente: legalização da maconha para eliminar criminalidade, legalização do aborto para sanar uma questão de saúde pública, legalização do uso de embriões humanos na realização de pesquisas para avançar a medicina, mudança do significado do casamento (base da constituição da família) para resolver um problema de união civil entre gays, etc. (veja no PS1 abaixo porque todas essas situações são semelhantes)

Bem, não poderíamos nem estranhar esse tipo de notícia vinda do USA Today, jornal de “espetáculos” e de profunda e notória falta de compromisso com o uso do intelecto para se compreender fatos. Essa verdade não é nem novidade e já foi abordada por Olavo de Carvalho em 2007 (eu me lembro especialmente desse artigo do Olavo pois discordei do uso que ele deu à passagem bíblica Lc 22, 36), artigo por meio do qual destacou: “jornais populares como ‘USA-Today’ soltam artigo em cima de artigo para proclamar que não existe nenhuma guerra cultural anticristã, que é tudo invenção de paranóicos como Bill O'Reilly.” (http://74.125.95.132/custom?q=cache:Y6oFJWSYo4gJ:www.olavodecarvalho.org/semana/071221dce.html+usa+today&cd=6&hl=en&ct=clnk)

Devo destacar, porém, que algo desse artigo serviu. Foi o link que ele trouxe a um documento oficial da Igreja por meio do qual a Igreja orienta bispos e padres sobre como tratar os homossexuais (http://www.usccb.org/dpp/Ministry.pdf?loc=interstitialskip):

"In keeping with this conviction, the Church teaches that persons with a homosexual inclination 'must be accepted with respect, compassion, and sensitivity' (Catechism of the Catholic Church, 2nd ed., Washington DC, Libreria Editrice Vaticana, 2000, 2358). We recognize that these persons have been, and often continue to be, objects of scorn, hatred, and even violence in some sectors of our society. Sometimes this hatred is manifested clearly; other times, it is masked and gives rise to more disguised forms of hatred. 'It is deplorable that homosexual persons have been and are the object of violent malice in speech or in action. Such treatment deserves condemnation from the Church's pastors wherever it occurs' (Congregation for the Doctrine of the Faith, On the Pastoral Care of Homosexual Persons (October 1, 1986), 10 - www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/re_con_cfaith_doc_19861001_homosexual-persons_en.html).

Esperar que a Igreja, que tem por fundamento um conjunto de livros (Bíblia), cujo primeiro deles, já na primeiríssima página diz que: Deus “criou o homem e a mulher. Deus os abençoou: ‘Frutificai, disse Ele, e multiplicai-vos’”, entenda a homossexualidade como um evento biologicamente natural é exigir mais do que o possível. Talvez, em contrapartida, se possa pensar que entre: (1) a posição da Igreja (exposta acima) e (2) a posição dessas revoluções todas que perseguiram os homossexuais (Revolução Nazista, Revolução Comunista, Revolução Iraniana, ...), que contam na maioria das vezes com o apoio desses “progressistas” todos, estamos MUITO MELHOR com a posição da Igreja.

PS1: outros exemplos de desinformação, de desargumentação:





(1) LEGALIZAÇÃO DA MACONHA PARA ELIMINAR CRIMINALIDADE


A mesma pessoa que defende a legalização da maconha é, em geral, (i) aquele que usa a droga ou (ii) aquele que quer vender outras drogas na fachada de uma maconha legalizada ou (iii) aquele que tem o dever e não consegue coibir o uso feito por outrem, como o Estado, por exemplo – quando o foco do tema “legalização da maconha” deveria ser (A) a saúde do usuário – fazemos isso tão bem com o cigarro – e (B) o risco social de indiretamente legalizar (fachada) as demais drogas, muito mais perigosas.

(2) LEGALIZAÇÃO DO ABORTO PARA SANAR UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA


A mesma pessoa que defende a legalização do aborto, em geral é (i) aquele que estimula a liberdade sexual, (ii) é aquele envolvido numa gravidez indesejada (errou e quer corrigir o erro de uma forma equivocada) ou (iii) aquele que não consegue aplicar uma política de saúde pública (política de orientação, no mínimo) suficiente para reduzir essas situações de gravidez indesejada, como o Estado, por exemplo – quando o foco do tema deveria ser a vida e sua natureza logicamente absoluta (afinal, nenhum argumento existe fora da vida, em especial o aborto).



(3) LEGALIZAÇÃO DO USO DE EMBRIÕES HUMANOS PARA REALIZAÇÃO DE PESQUISA PARA AVANÇAR A MEDICINA


Mesma idéia do item (2) acima – foco do tema deveria ser a vida e sua natureza absoluta e não uma promessa que não se tem certeza ser possível e, se algum dia tiver, não conseguirá nada além do que trocar uma vida por outra, que no nosso julgamento, seria a mais adequada a viver, quando já se tem pesquisas avançadas para atingir a mesma finalidade sem destruir embriões (http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI3607411-EI238,00-Celulastronco+podem+ser+criadas+sem+destruir+embriao+dizem+cientistas.html), pesquisas essas que só foram possíveis por conta da postura inicial contrária à liberação do uso de embriões.

(4) MUDANÇA DO SIGNIFICADO DO CASAMENTO (BASE DA CONSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA) PARA RESOLVER UM PROBLEMA DE UNIÃO CIVIL ENTRE HOMOSSEXUAIS


A mesma pessoa que defende a mudança do significado do casamento, em geral, é aquele que critica os casos de abuso de menores que tem aumentado com a desconstituição da família – veja o seguinte estudo (excelente, por sinal) a respeito: http://www.heritage.org/research/family/bg1115.cfm E esse ponto (“mudança do significado do casamento”) não é uma coisa difícil de compreender – basta verificar a mudança do significado de “propriedade”, que descrevo no meu artigo CONHECIMENTO E CONSERVADORISMO e é um evento histórico, para entender do que estou falando.

(5) PROIBIÇÃO DA VENDA DE ARMAS


A mesma pessoa que defende a proibição da venda de armas é, em geral: (i) aquela que desmoraliza o trabalho da polícia, atualmente o único meio mais imediato de evitar a criminalidade, (ii) aquela que se esquece que criar uma lei tornando completamente ilegal o porte de armas não vai tirar as armas das mãos de quem as usa para matar, os criminosos, notoriamente conhecidos pelos séculos e séculos como “aqueles que não cumprem as leis”, (iii) aquela pessoa que se esquece de conferir que a maioria esmagadora das armas que “caem nas mãos dos bandidos” (eu adoro essa expressão – eu imagino um cidadão de bem, armado pelas ruas, tropeçando e deixando cair sua arma, que será imediatamente recolhida pelas mãos do bandido mais próximo) na verdade são armas alimentadas pelo mercado negro de armas, em especial, do exterior, mercado esse alimentado por pessoas como , que foi preso pela Interpol depois que a Colômbia pegou alguns computadores das FARCs no Equador (lembram-se daquele incidente!?).

Vejam o resultado da incompetência intelectual:

1. as mesmas pessoas que defendem a proibição do porte de armas

2. são as pessoas que apóiam, dentre outras manifestações revolucionárias, as FARCs e/ou o Hugobugo Chaves, que apóia as FARCS (http://www.bbc.co.uk/portuguese/reporterbbc/story/2008/03/080303_chavezcolombiafarc_af.shtml)

3. FARCs que alimentavam o cara que vendia armas no mercado negro de armas, Victor Bout, o mais notório traficante internacional de armas, fornecedor de armas para as FARC e para as guerras tribais africanas (também comunistas), inspiração, inclusive, do filme “O senhor das Armas” (http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2734700-EI294,00.html)

4. mercado negro esse que alimenta a criminalidade no Brasil (ou alguém conhece algum cidadão de bem que tinha uma arma e a vendeu a um criminoso) - 7,7% das armas apreendidas pela polícia (portanto, em uso ilegal - criminoso, que é o que se quer evitar) eram legais; 92,3% eram ilegais (http://www.armaria.com.br/RelJungmann.htm)

5. criminalidade que usa as armas que esses mesmos "idiotas latino-americanos" querem eliminar do mercado

GLOBAL MUSEUM OF COMMUNISM


quarta-feira, 22 de julho de 2009

RESPOSTA AO ARTIGO "DEUS E O JARDIM DAS DELÍCIAS", DE HÉLIO SCHWARTSMAN, PUBLICADO NA FOLHA DE SÃO PAULO EM 16/07/09


Segue abaixo minha resposta ao artigo “Deus e o Jardim das Delícias”, de Hélio Schwartsman, que você pode ler no seguinte site: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u595384.shtml
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Hélio, seu texto é muito estranho vindo de um “bacharel em filosofia”.

Você já parou para pensar que talvez os teólogos, os escolásticos, os filósofos e pensadores cristãos não tenham ficado dois mil anos sentados pensando se “a punição justa a quem zomba de carecas é a morte”? Que talvez esse pessoal todo se ocupou do aprofundamento das questões filosóficas levantadas por Sócrates, Platão e Aristóteles, deixadas de lado pelos obviamente esquecidos cínicos, céticos e estóicos (para nem citar epicuro), questões essas que deram origem às ciências modernas, cujo método é socrático/aristotélico?

Você já se questionou por que será que hoje se questiona se Aristóteles, fundamental para a ciência moderna, teria sido devolvido a primeiro plano pelos árabes ou pelos monges do Monte Saint Michael lá na idade média e não por um movimento ateu ou, quem sabe, “illuminatti”? (http://lafuerzadelarazon.wordpress.com/2007/06/05/islam-%c2%bfcultura-superior/) (http://lafuerzadelarazon.wordpress.com/2008/05/01/aristteles-en-mont-saint-michel/)

Você já se questionou porque será que um dos primeiros observatórios do mundo foi o Observatório do Vaticano – Specola Vatiana – (http://vaticanobservatory.org/), de onde, inclusive, o padre José Gabriel Funes pesquisa atualmente vida inteligente fora da terra (segundo esse padre, Deus pode ter criado seres inteligentes em outros planetas do mesmo jeito como criou o universo e os homens)? (http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2008/05/13/vaticano_admite_que_pode_haver_vida_fora_da_terra-427364374.asp)

Antes de você dizer “convenhamos que religião e nosso conhecimento do mundo não andam exatamente de braços dados”, você já parou para pensar na PONTIFÍCIA ACADEMIA DAS CIÊNCIAS, a primeira academia científica do mundo fundada em 1603, em Roma, - Galileu Galilei foi um de seus membros, inclusive – e que hoje conta cerca de 80 "acadêmicos pontifícios" provenientes do mundo todo, nomeados pelo Papa, sob indicação do corpo acadêmico? (http://pt.wikipedia.org/wiki/Pontif%C3%ADcia_Academia_das_Ci%C3%AAncias)

Você já refletiu para o fato de que essa Academia, presidida pelo Papa, é a única academia de ciências do mundo a ter uma única categoria e um caráter supranacional, que conta em sua história com o maior número de membros laureados com prêmio Novel (45), a maioria escolhida ANTES de serem premiados, e tem por objetivo promover a pesquisa e examinar questões científicas? (http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_academies/acdscien/index_po.htm)

Você já parou para pensar que foi a Igreja, como provado pela história, que financiou os estudos de Galileu Galilei! Que o livro que publica sua teoria (heliocentrismo) foi analisado pelos censores da Igreja e recebeu o Imprimatur! Que o papa Urbano VIII foi testemunha de defesa de Galileu! Que o processo terminou com Galileu dizendo: "Eppur si muove!" ("contudo, ela [Terra] se move"). Que os estudos dele continuaram regularmente depois do processo! Que Galileu era um cristão fervoroso e o papa era seu amigo (padrinho, para ser mais exato)! Que naquela época as pessoas misturavam o conceito de heliocentrismo e o de hermetismo, coisas diferentes sobre as quais, aparentemente, até hoje alguns “cientistas” se confundem? Você, aliás, sabia que Copérnico era cônego da Igreja? (http://pt.wikipedia.org/wiki/Galileu_Galilei) (CARVALHO, Olavo de in O jardim das aflições, 2ª edição, São Paulo, Editora É Realizações, p. 35)

Hélio, você já parou para pensar que quando você questiona a existência de Deus, você se coloca sob o aspecto científico em uma situação muito vergonhosa? Isso porque você (1) não pode dizer que a matéria passou a existir (Big Bang) do nada sem causa alguma, quando a física nos ensina que nada se cria, nada se destrói, tudo se transforma; (2) tampouco pode dizer que a matéria sempre existiu (como matéria ou como energia) quando a ciência já apontou 3 evidências científicas para a ocorrência do Big Bang: (a) a expansão do Universo, (b) o Eco Radioativo e (c) a Segunda Lei de Termodinâmica (esta apontando que as leituras físicas só fazem sentido se considerarmos que as coisas tiveram um início, o que nos leva ao problema descrito no item 1 acima - contradição essa só explicada pela concepção lógica já levantada por Aristóteles de que as coisas só fazem sentido se colocarmos na equação um Ato Primeiro – Deus - que não veio a ser junto com as coisas que vieram – a criação). O que é mais insano, dizer que Deus não faz sentido algum e negar uma lei física e três evidências científicas ou dizer que Deus existe, embora não seja de fácil acesso racional? (http://www.youtube.com/watch?v=YVZivZagkjY&feature=related) Talvez você tenha a pretensão de já conhecer o Universo bem o suficiente para chegar a conclusões tão certas a esse respeito ...

Hélio, você já parou para pensar que, “se existe mesmo um Deus monoteísta” (sic), talvez o que ele realmente queiera de nós seja que comecemos por deixar de matar o próximo, como fizeram os regimes ateus comunistas e fascistas, que só no século passado, mataram mais do que CEM MILHÕES de pessoas (número que acho subdimensionado, mas que opto por usar por ser um número extraído de um levantamento feito por comunistas, eliminando a possibilidade de dizerem que sou tendencioso) (http://pt.wikipedia.org/wiki/O_livro_negro_do_Comunismo).

Será que você já parou para pensar no motivo pelo qual você e tantos outros falam tanto da Inquisição, que em três séculos matou aproximadamente vinte mil pessoas (CARVALHO, Olavo de in O jardim das aflições, 2ª edição, São Paulo, Editora É Realizações, p. 35), e se esquecem dessa “pequena” cifra de mais de CEM MILHÕES de pessoas mortas pelos regimes ateus?

Você já parou para estudar um pouco de História do Direito e descobrir: (i) que a Inquisição substituiu à época o Método Acusatório então vigente (aquele em que era você, quando acusado, que tinha que provar não ter feito aquilo do que te acusavam) pelo Método Inquisitório (por isso Inquisição – voila), (ii) que a Inquisição eliminou a Ordália – um tipo de prova judiciária usada para determinar a culpa ou a inocência do acusado, submetendo-o a uma prova dolorosa (envolvendo fogo ou água) que, se concluída sem ferimentos ou com feridas rapidamente curadas, livrava o acusado da acusação, (iii) que a Inquisição limitou o uso da tortura, típico instrumento jurídico da Idade Média (sim, a “tortura” era instrumento jurídico herdado de Roma, como o “juramento” perante um juri, por exemplo) de garantia da veracidade da informação prestada pelo acusado que estava sendo inquirido, instituindo regras para: (a) abrandar o seu uso e (b) restringir o seu uso para apenas quando: (i) já houvesse meia-prova, ou (ii) quando houvesse testemunhas fidedignas do crime, ou (iii) quando o sujeito já apresentasse antecedentes como má fama, maus costumes, ou (iv) tivesse tentado fugir e (v) apenas após aprovação do bispo diocesano e de uma comissão julgadora – (ufa, não era fácil como era nos governos civis)! (GILISSEN, John, Introdução histórica ao direito, tradução portuguesa de A. M. Hespanha e L. M. Macaísta Malheiros, 2a edição, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1995)

Você já estudou um pouco, que seja, sobre a queda do Império Romano, e que, quando o Império Romano se desmantelou e as cidades ficaram sujeitas a violência geral, foram padres e bispos da Igreja, além de alguns poucos nobres romanos que retornaram para suas terras e cidadãos com conhecimento em organização militar, os responsáveis pela defesa das cidades e seus habitantes, que voluntariamente submetiam suas terras à jurisdição de quem tinha sucesso nessa atividade, na esperança e realidade da segurança? Que foi o bispo de Roma, papa Leão Magno que impediu o huno Átila de saquear Roma e que negociou com o visigodo Genserico pela vida dos habitantes da cidade?

Você já parou para pensar que enquanto Richard Dawkins, Christopher Hitchens, Daniel Denett, David Comings e cia ltda., mas limitada mesmo, ficam vociferando contra a religião, é a Igreja que está financiando estudos, organizações, pesquisas, etc.?

Será que você já refletiu sobre o fato de que o homem racional, além de descobrir sua origem, quer descobrir também o motivo das coisas, como bem reconhece o CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA, que na página 84 de sua edição pela Editora Vozes, Rio de Janeiro, 1993, diz: “283 A questão das origens do mundo e do homem é objeto de numerosas pesquisas científicas que enriqueceram magnificamente os nossos conhecimentos sobre a idade e as dimensões do cosmo, o devir das formas vivas, o aparecimento do homem. Estas descobertas nos convidam a admirar tanto mais a grandeza do Criador, a render-lhe graças pro todas as suas obras e pela inteligência e a sabedoria que dá aos estudiosos e aos pesquisadores. (...) O grande interesse reservado a essas pesquisas é fortemente estimulado por uma questão de outra ordem, e que ultrapassa o âmbito próprio das ciências naturais. Não se trata somente de saber quando e como surgiu materialmente o cosmo, nem quando o homem apareceu, mas antes, de descobrir qual é o sentido de tal origem (...)?” (http://www.vatican.va/archive/cathechism_po/index_new/p1s2c1_198-421_po.html)

Hélio, você já parou para pensar, com base nos documentos históricos, que foi a Igreja (e não os ateus) a primeira a se opor a escravidão indígena, quando o Papa Paulo III, em 1537, emitiu a Bula Sublimis Deus (http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_19881103_racismo_sp.html), algo reconhecido até pelo comunista Eduardo Galeano? (GALEANO, Eduardo, As veias abertas da américa latina, 48a edição, São Paulo, Editora Paz e Terra, 2008, p. 62)

Você já parou para pensar que “no Rio de Janeiro, o povo derrubou as grades do Colégio dos Jesuítas e teria assassinado os missionários paraguaios se não fosse a intervenção do Governador; em Santos, derrubaram o Vigário-Geral” quando o Papa Urbano VIII decretou, em 1639, “a mais severa sanção da Igreja contra quem quer que escravizasse um índio, convertido ou não.”? (MOOG, Vianna, Bandeirantes e pioneiros, Rio de Janeiro, 18a edição, Editora Civilização Brasileira, 1993, p. 119)

Você já parou para pensar que o seu argumento de que “a religião dá prazer” (risos) não faz o menor sentido quando consideramos o fato de que a vida pós-morte coloca para quem nela acredita (o religioso) algo muito arriscado (aterrorizador, eu diria, para quem acredita no inferno) enquanto fica desse temor liberado aquele que não acredita em Deus, em religião e que pode fazer o que bem entender sem o risco da danação eterna? Hélio, você já leu o trecho “To be or not to be” de Shakespeare? Ele é um belo demonstrativo desse “prazer” que a religião nos dá. (http://bandeirantesepioneiros.blogspot.com/2009/07/sobre-o-suposto-conforto-da-vida-pos.html)

Talvez você ainda não tenha parado para pensar em nada disso, né !? Bem, sugiro de bom coração que o faça. Vá espairecer um pouco, faça uma Grande Navegação, vai apreciar Michelangelo na Capela Sistina enquanto reflete sobre o surgimento do Renascimento, sobre o Inferno, o Purgatório e o Paraíso de Dante, quem sabe assim, você pense um pouco mais antes de dizer que Deus “espera de nós atitudes exóticas” quando, de exótico, só mesmo os argumentos levantados no seu texto.

terça-feira, 21 de julho de 2009

ESSA REVOLUÇÃO FRANCESA ...


Além dos pontos levantados no artigo REVOLUÇÃO OU REAÇÃO? (lançados abaixo), sobre a Revolução Francesa, transcrevo abaixo uma interessante análise sobre MANDATO POLÍTICO dada pelo socialista Dalmo de Abreu Dallari ao analisar a revolução:

"(...) segundo norma vigente em alguns dos grandes Estados europeus desde o fim da Idade Média, e que foi afinal REPUDIADA PELOS TEÓRICOS DA REVOLUÇÃO FRANCESA, desaparecendo na prática, os representantes do povo recebiam um MANDATO IMPERATIVO. Isso significava que, enquanto mandatários, ESTAVAM OBRIGADOS A SEGUIR FIELMENTE AS INSTRUÇÕES, GERALMENTE ESCRITAS, QUE LHES ERAM DADAS POR SEUS ELEITORES."(1) (gn)

Nos tempos atuais, parece interessante encarar as coisas dessa forma. Porém, como continua Dallari, "essa prática foi expressamente repudiada pela Constituição francesa de 1791, que estabeleceu a seguinte norma: 'Os representantes eleitos nos departamentos não serão representantes de nenhum departamento em particular, mas de toda a nação, e não lhes poderá ser dado nenhum mandato." (1)

(!?!) Então a nação, na verdade, não era o eleitor ... bem abstrato ...

(1) DALLARI, Dalmo de A. Elementos de teoria geral do estado, 19a edição, São Paulo, Editora Saraiva, 1995, p. 133
********************
“Pergunto a você: qual foi a utilidade da Revolução Francesa? - O movimento não durou 10 anos, com direito, inclusive, ao “Reino do Terror” de Robespierre, tendo sido substituído por um Império e suas guerras logo em seguida. - Os supostos direitos fundamentais do homem, começando pelos básicos “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” e seguindo pelos constantes na Declaração dos direitos do Homem e do Cidadão não foram frutos da Revolução; já constavam nas páginas de diversos livros ingleses e franceses, bem como já haviam sido adotados nos EUA, pela Declaração de Direitos de Virgínia, treze anos antes e, em parte, na Inglaterra um século antes pela Magna Carta. - A Bastilha, que foi tão “triunfalmente” tomada, tinha 7 prisioneiros apenas. - A Tortura havia sido proibida em 1788 e já não havia mais censura. - A tão famigerada servidão contra a qual armas foram levantadas estava espalhada em quase todos os países europeus, mas confinada em apenas algumas partes “recônditas" na França, banida até dos domínios do rei, em 1779. - A riqueza em toda a França havia crescido imensamente nas décadas imediatamente anteriores à Revolução: “O crescimento da indústria era notável. No Norte e no Centro, havia uma metalurgia moderna (Le Cresot data de 1781); em Lyon havia sedas; em Rouen e em Mulhouse havia algodão; na Lorraine havia o ferro e o sal; havia lanifícios em Castres, Sedan, Abbeville e Elbeuf; em Marselha havia sabão; em Paris havia mobiliário, tanoaria e as indústrias de luxo, etc. Existia uma Bolsa de Valores, vários bancos, e uma Caixa de Desconto com um capital de cem milhões que emitia notas.” “Os grandes portos, como Marselha, Bordéus, Nantes, floresciam como grandes centros cosmopolitas. O comércio interior seguia uma ascensão paralela.” http://pt.wikipedia.org/wiki/Revolu%C3%A7%C3%A3o_Francesa - Havia trabalho para todos, com falta de mão de obra antes da Revolução. - O volume de dinheiro circulando na França correspondia à metade do numerário existente na Europa e o volume atingido em 1788 só voltaria a ser atingido novamente em 1848.”

sábado, 18 de julho de 2009

A VELOCIDADE DA ACUMULAÇÃO DE CONHECIMENTO


Pergunto-me se é correto buscarmos no passado padrões que possam ser projetados no futuro a fim de adquirirmos uma pequena idéia do que está por vir. E faço essa pergunta pensando no argumento cada vez mais freqüente de que o conhecimento humano se multiplica em espaços de tempo cada vez menores. Alguns defendem essa multiplicação na base da especulação (1). Outros a defendem a partir de alegados registros históricos (2). De qualquer forma, a idéia é basicamente a mesma: o conhecimento que levamos X.000 anos para acumular foi duplicado, em seguida, em X00 anos, depois em X00/2, depois em 50, e agora, em algumas áreas do conhecimento, especula-se que a multiplicação do conhecimento já esteja ocorrendo em 20 anos e quem sabe em quantos anos será amanhã.

Se considerarmos este um padrão do passado que continuará a se repetir no futuro – e entendo razoável podermos pensar dessa forma (até um limite de esgotamento das formas – e é aí que minha preocupação se encontra) – parece-me muito razoável também concluir que o conhecimento se multiplicará (e perceba que já não estamos nem mais falando da multiplicação do conteúdo original, mas sim do conteúdo já multiplicado outras tantas vezes antes) em espaços de tempo cada vez mais curtos, chegando a um determinado ponto em que o conhecimento e as mudanças dele decorrentes* ocorrerão em velocidade superior à própria velocidade intelectual do homem de avaliá-los e, em relação a eles, reagir conscientemente. E não me parece que essa análise esteja tão distante da realidade, em especial quando vemos a ampliação do conhecimento sendo acelerada pelo deslocamento do ato humano de criar de mentes individuais para ambientes coletivos (WIKI), situação que a agrega mentes individuais de tal forma a permitir o nascimento de soluções que não poderiam ter sido concebidas em uma mente singular com a facilidade com que o são nesse novo ambiente.

Se essa constatação carrega uma visão maravilhosa da capacidade humana, também levanta uma importante questão sobre o futuro da própria estrutura social nesse cenário. Como a estrutura social se comportará (inclusive para se autopreservar do caos, quando necessário) se a velocidade da ampliação do conhecimento gerar mudanças em velocidades superiores à capacidade humana individual de avaliá-las? Como o homem conseguirá dizer antes da ocorrência de uma dada mudança se ela (pelas suas conseqüências) será boa ou não quando isso demanda tempo maior de avaliação do que o tempo necessário para que a própria mudança ocorra? Como saberemos que uma determinada estrutura social (relacionamento entre indivíduos), institucional, tecnológica, religiosa, psicológica, econômica, política, algum valor ou garantia não estão sendo atingidos negativamente se nossa capacidade de realizar exatamente essa avaliação e de dar uma resposta for menos veloz que a própria velocidade da mudança analisada?

Acredito que essa relação entre a velocidade da mudança e a velocidade da avaliação da própria mudança pelo homem a tempo de reagir será um elemento determinante para a manutenção da estabilidade (evolução) ou a instauração do caos (revoluções – pequenas, médias e grandes). (3) Se considerarmos que o equilíbrio dessa relação (velocidade de mudança / velocidade de avaliação) sofrerá cada vez mais com o aumento cada vez maior do conhecimento e que isso poderá nos levar a uma época em que tudo se tornará uma potencial revolução, podendo aumentar o “nível de caos” das atuais estruturas humanas, acredito que está na hora de começarmos a pensar em como articular o conhecimento humano que existirá em dimensões oceânicas num futuro não muito distante.

Se antes o homem vivia num mundo físico enorme, em que a distância de um lugar ao outro poderia ser uma vida – uma odisséia – e num mundo intelectual relativamente pequeno e simples, em que um homem podia ser um grande pintor, escultor, arquiteto, engenheiro, matemático, fisiólogo, químico, botânico, geólogo, cartógrafo, físico, mecânico, escritor, podera e músico, tudo ao mesmo tempo, agora essa relação parece estar se invertendo. À imensidão do mundo físico demos uma resposta que o transformou numa aldeia global. Criamos navios, trens, carros, aviões e estabelecemos uma nova relação do espaço/tempo com nossas pernas que, com essas extensões, deixaram de ser as mesmas (4). Que resposta daremos à imensidão do mundo do conhecimento? O que criaremos para navegarmos nesse oceano de informações em expansão cada vez mais rápida?

Ainda não consegui chegar perto dessa resposta. Mas tenho a sensação de que, na sua ausência, a segurança das estruturas humanas (comunitárias, econômicas, religiosas, institucionais, psicológicas, políticas, tecnológicas, valorativas, comportamentais, etc.) estará em mãos conservadoras.

(1) fontes especulativas

http://pt.shvoong.com/humanities/1646754-poder-conhecimento/
http://dowbor.org/resenhas_det.asp?itemId=8d4c10e5-6c41-4dd5-999d-370c475495db
http://www.ebah.com.br/a-criacao-do-pensamento-digital-generico-a12274.html
http://www.caosmose.net/candido/unisinos/textos/soconhedigital_vi_simposio.pdf
http://www.senado.gov.br/sf/publicacoes/diarios/pdf/sf/2004/03/30032004/08836.pdf
http://www.biodiversidadla.org/content/view/full/5024
http://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/4273.pdf

(2) fontes (mais ou menos) científicas

http://www.wfs.org/
http://74.125.47.132/search?q=cache:J0dNgSDt0mIJ:www.mundoinnova.com.br/006_outubro_08/editorial.html+curva+%22multiplica%C3%A7%C3%A3o+do+conhecimento%22&cd=4&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br
http://claudionasajon.blogspot.com/2009/04/aprenda-aprender-receitas-ficam-velhas.html
http://www.pp.ufu.br/arquivos/05.pdf

(3) Acredito, inclusive, que o surgimento do nazismo e comunismo é fruto da desestabilização dessa relação (mudança e capacidade de avaliação), uma vez que já tínhamos à época plena capacidade de identificar a inviabilidade, periculosidade e atraso humano desses movimentos, como o fizeram com tranqüilidade e facilidade a Escola Austríaca de Economia, no campo econômico, e Igreja Católica, no antropológico e social, e mesmo assim não conseguimos avaliar e reagir a tempo.

(4) MCLUHAN, Marshall in Understanding Media – the extensions of man, London and New York, Routledge, 2002 – acho a seguinte frase um exemplo interessante de como uma extensão de um órgão nosso pode influenciar a estrutura social: “Until teh 1820s, Handlin tells us, Bostonians walked to and fro, or used private conveyances. Horse-drawn buses were introduced in 1826, and these speeded up and extended business a great deal.” “Now that we have extended not just our physical organs but the nervous system, itself, in electric technology, the principle of specialism and division as a factor of speed no longer applies. When information moves at the speed of signals in the central nervous system, man is confronted with the obsolescence [for certain things] of all earlier forms of acceleration, such as road and rail.” ambos extraídos da p. 113

* porque parte do conhecimento novo aprimorará ou substituirá um conhecimento anterior – mudança

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Algumas considerações complementares ao texto:

Se considerarmos esse fenômeno de corrosão da relação entre mudança e capacidade de avaliação em escalas menores, podemos dizer que ele sequer é novidade para a humanidade. Uma das razões da queda do Império Romano pode ser atribuída à conjunção de dois eventos diretamente ligados a essa relação, quais sejam: (1) o aumento das mudanças sociais nas mais diversas localidades do império decorrentes dos deslocamentos pacíficos e agressivos dos povos bárbaros impelidos por outros bárbaros repelidos pelos chineses recém unificados e (2) a diminuição da capacidade do centro gestor do império conhecer, avaliar e responder a essas diversas mudanças em função das dificuldades com o fornecimento do papiro (internet da época) – o que talvez explique o porquê Roma perdeu antes os reinos mais distantes do que os reinos mais fortes (e que, teoricamente, teriam mais capacidade de se desligar do Império).

A mesma relação é válida para entendermos melhor o que ocorreu nos regimes revolucionários ateus (nazismo e comunismo), cujas mudanças que estavam sendo introduzidas, se tivessem sido analisadas com mais cuidado, teriam indicado mais cedo e mais efetivamente para o insucesso completo daquilo que se estava propondo.

Comparar essas previsões de caos às previsões feitas pelos primeiros navegantes sobre os monstros dos confins do planeta pode ter seu propósito. Vale lembrar que a inexistência daqueles tão falados monstros não tornou as conquistas mais fáceis. Acreditar que as dificuldades (sejam elas monstros, sejam elas naturais da própria viagem) não ocorrerão partindo da idéia de que o conhecimento, por ser uma criação do homem, jamais o superaria, não me parece uma postura correta, em especial quando vemos cada vez mais o desenvolvimento de conhecimento pelo deslocamento de mentes individuais para um ambiente coletivo (WIKI) que as agrega e cria soluções que não poderiam ter sido concebidas em uma mente humana individual. Encontraríamos a solução para navegar esse oceano de conhecimento dentro desse mesmo ambiente que o ajudou a criar?
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Textos muito interessantes que li hoje (19.07.09):
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"For exemple, Nicholas Carr, a former editor of the Harvard Business Review, wrote an article entitled "The Ignorance of Crowds" in which he criticized us and others for promoting the power of mass collaboration. Carr argues that “peer production is best viewed as a means for refining the old rather than inventing the new; that it is an optimization model more than an invention model.” He concludes that only a relatively small and formally organized group of talented professionals can produce breakthroughs. As Wikinomics illustrates, nothing could be further from the truth. Some of the most dynamic and exciting products and services today have been produced by teams numbering in the thousands and even millions. Linux – one of the world’s leading operating systems – was developed by the largest and most sophisticated software development community in the world.” TAPSCOTT, Don and WILLIAMS, Anthony D. in Wikinomics – how mass collaboration changes everything, 1st ed., USA, Portfolio, 2008, p. X (preface).
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“‘Wikinomics’ is the new force that is bringing people together on the net to create a giant brain.”

quinta-feira, 16 de julho de 2009

UMA DAS RAZÕES PELAS QUAIS ENCHO TANTO O SACO COM ESSE TEMA (E VOU CONTINUAR ENCHENDO) !!!

SOBRE O SUPOSTO CONFORTO DA VIDA PÓS-MORTE


Muita gente acredita que Deus e religião foram criações humanas que tiveram (e teriam) o objetivo de confortar o homem diante da morte:

“Se a demanda é por conforto diante da morte, então talvez a ciência não possa satisfazê-la.” Richard Dawkins (http://www.genismo.com/religiaotexto33.htm)

“O fato de as pessoas encontrarem alívio e conforto na religião não significa que ela seja verdadeira” – Richard Dawkins (http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2009/07/02/materia.2009-07-02.9767254921/view)

“Alguns de seus representantes [ateus], incapazes de lidar com a finitude e a falta de promessas místicas de felicidade e amor, acabam relegando sua própria educação ateísta em prol de uma crença que lhes traga mais conforto e sobriedade diante das imposições da vida.” (http://umateudemauhumor.blogspot.com/2009/03/qual-o-sentido-da-vida.html)

“Na minha opinião, esses supostos ex-ateus se desconverteram por duas possíveis razões: (...) eles apenas abdicaram da razão em nome do conforto psicológico.” (http://fernandosilva.multiply.com/journal/item/39)

“Se acreditamos em algum Deus é porque sentimos essa necessidade. É reconfortante diante da idéia da morte inevitável. Os ateus não precisam deste conforto.” (http://www.ronaud.com/bom-senso/minhas-percepcoes-sobre-inteligencia-compreensao-e-descrencas/)

Ao olhar desatento, tais (e tantos outros) argumentos fazem sentido: “vou morrer e depois, bem, depois vem Deus para me ajudar. E isso é reconfortante.” Porém, é importante considerar que:

(1) “o depois” só existe para quem acredita em Deus – ou será que existe algum ateu que acredita em vida pós-morte?

(2) só precisa de conforto quem acredita no “depois”, ou seja, o o crente, ainda que crente de um “Deus particular”

(3) do que concluímos que o ateu: (i) sob a ótica da morte, tem o conforto de não se preocupar com o que vem depois já que não há depois e (ii) sob a ótica da vida, leva “vantagem” novamente ao ter o conforto de poder fazer o que bem entender na vida sem ter que prestar contas à eternidade.

(4) do que também concluímos, em contrapartida, que aqueles que acreditam em Deus e, portanto, na vida pós-morte, muito ao contrário do que pensam e dizem os ateus, estão longe desse tal "conforto" e paradoxalmente tão mais próximos de serem confortados (consolados).

Não fosse essa uma verdade, como teria sido possível escrever:

To be, or not to be: that is the question:
Ser ou não ser, eis a questão:

Whether 'tis nobler in the mind to suffer
Seria mais nobre em espírito sofrer

The slings and arrows of outrageous fortune,
As pedradas e flechadas da enfurecida fortuna,

Or to take arms against a sea of troubles,
Ou levantar nossos braços contra um mar de problemas

And by opposing end them? To die: to sleep;
E pela oposição, vencê-los? Morrer, dormir;

No more; and by a sleep to say we end
Nada mais; e pelo sono dizer que acabamos

The heart-ache and the thousand natural shocks
Com a angústia do coração e os milhares de choques naturais

That flesh is heir to, 'tis a consummation
Heranças da carne, é uma consumação

Devoutly to be wish'd. To die, to sleep;
A ser desejada com fervor. Morrer, dormir;

To sleep: perchance to dream: AY, THERE'S THE RUB;
Dormir ... talvez sonhar: AH, AÍ SURGE O PROBLEMA;

For in that sleep of death what dreams may come
Pois no repouso da morte, que sonhos virão?

When we have shuffled off this mortal coil,
quando livres do tumulto da existência,

Must give us pause: there's the respect
Teremos paz? Eis o ponto

That makes calamity of so long life;
Que faz calamidade dessa vida tão longa.

For who would bear the whips and scorns of time,
Afinal, quem sofreria os açoites e o desprezo do tempo,

The oppressor's wrong, the proud man's contumely,
O agravo do opressor, a afronta do orgulhoso,

The pangs of despised love, the law's delay,
Os tormentos do amor menosprezado, as demoras da lei,

The insolence of office and the spurns
A insolência oficial e as recusas com desdém

That patient merit of the unworthy takes,
O mérito paciente, quem o sofreria,

When he himself might his quietus make
Quando alcançasse a mais perfeita morte

With a bare bodkin? who would fardels bear,
Na ponta de um punhal? Quem carregaria os fardos,

To grunt and sweat under a weary life,
Gemendo e suando sob a vida fatigante?

But that the dread of something after death,
Mas o pavor de alguma coisa após a morte,

The UNDISCOVER'D COUNTRY from whose bourn
O PAÍS DESCONHECIDO de onde o viajante lá nascido

No traveller returns, puzzles the will
Jamais retorna, confunde o desejo

And makes us rather bear those ills we have
E nos faz escolher carregar os males que temos

Than fly to others that we know not of
Do que voar para outros que não conhecemos

Thus conscience does make cowards of us all;
Assim a consciência nos transforma todos em covardes

And thus the native hue of resolution
E assim a tez normal da determinação

Is sicklied o'er with the pale cast of thought,
É adoentada por um pálido lance de pensamento;

And enterprises of great pitch and moment
E empreitadas de ousado escopo e impulso,

With this regard their currents turn awry,
Nessas considerações, desviam-se do rumo

And lose the name of action.
e deixam de se chamar ação.

Shakespeare – Hamlet