domingo, 5 de outubro de 2008

IGREJA E ESCRAVIDÃO


Como tem muita gente que diz que a Igreja apoiou a escravidão nas Américas, vai aqui um dado histórico:

"'É incrível' comenta Roy Nash - 'que a simples idéia de ter quem lhes fizesse o trabalho de todos os dias avassalasse tão completamente homens fortes, enérgicos e capazes. O Papa Urbano VIII decretou, em 1639, a mais severa sanção da Igreja contra quem quer que escravizasse um índio, convertido ou não. Quando a Bula da Excomunhão foi lida no Rio de Janeiro, o povo derrubou as grades do Colégio dos Jesuítas e teria assassinado os missionários paraguaios se não fosse a intervenção do Governador; em Santos, derrubaram o Vigário-Geral quando lia a Bula e pisaram-no juntamente com o documento; em São Paulo os jesuítas foram expulsos da cidade'".
MOOG, Vianna, Bandeirantes e pioneiros, Rio de Janeiro, 18a edição, Editora Civilização Brasileira, 1993, p. 119
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Já desde 1537 (37 anos, portanto, após o início da colonização do Brasil) a Igreja afirmava que os índios eram verdadeiros homens:
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"(...) Bula do Papa Paulo III, emitida em 1537, que declarara os índios como 'verdadeiros homens'" GALEANO, Eduardo, As veias abertas da américa latina, 48a edição, São Paulo, Editora Paz e Terra, 2008, p. 62
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Dizia a referida bula:
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Los Papas no tardaron en reaccionar. El 2 de junio de 1537, (...) el Papa afirmaba solemnemente: «Resueltos a reparar el mal cometido, decidimos y declaramos que estos indios, así como todos los pueblos que la cristiandad podrá encontrar en el futuro, no deben ser privados de su libertad y de sus bienes — sin que valgan objeciones en contra —, AUNQUE NO SEAN CRISTIANOS, y que, al contrario, deben ser dejados en pleno gozo de su libertad y de sus bienes». (http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_19881103_racismo_sp.html)


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