sexta-feira, 20 de março de 2009

ABORTO - O mundo está ficando muito louco mesmo!


O mundo está ficando muito louco mesmo! Uma menina de 9 anos é estuprada e quem é punido? Duas crianças inocentes!

A vida é absoluta ! Estou certo de que aparecerão as mais diversas justificativas e os mais variados valores para relativizar isso. Estou certo de que aparecerá, também, aquele argumento bobo do “e se fosse com você ou com alguém da sua família”, como se a pessoa que faz a pergunta tivesse se esquecido de que há séculos substituímos a autotutela pelo Estado de Direito justamente para evitar a desproporção pena/crime causada pela emoção. Por isso, por gentileza, se não for para apresentar o laudo médico elaborado para caso (ou link para ele) com a suposta conclusão de que a vida da menina estaria em risco (o que justificaria o aborto), nem deixem recados.

9 comentários:

D disse...

Ro, aqui vai um link de uma foto de uma menina de nove anos:

http://iguinho.ig.com.br/clubinho/Laura%20Araujo%20godinho%209%20anos%20e%20Maria%20Eduarda%204%20anos.jpg

Ro, aqui vai um link de uma foto de uma grávida de gêmeos:

http://extra.globo.com/fotos/2007/09/20/20_MHG_extra_gravida.jpg

Ro, você é advogado e sabe que filho de estupro pode ser abortado, está na Lei.

Ro, nunca comece um parágrafo com:

“Uma menina de 9 anos é estuprada
e quem é punido? Duas crianças inocentes!”

Quando a CRIANÇA de NOVE ANOS foi ESTUPRADA, por um pai PEDÓFILO, numa violência INIMAGINÁVEL.

Enfim, se for para tentar justificar o seu parágrafo inicial injustificável, nem precisa deixar recado.
Beijo.
D.

D disse...

By the way:

Aborto é assassinato. Mais uma tragédia na vida dessa criança. Tratemos o assunto com um pouco de respeito.

D.

D disse...

Aqui está o link correto para a foto da mulher grávida de gêmeos:

http://extra.globo.com/fotos/2007/09/20/20_MHG_extra_gravida.jpg

D disse...

Bem, o link não aparece corretamente na hora de postá-lo, mas tenho certeza que você pode encontrar - facilmente - uma foto de uma mulher grávida de gêmeos na net.

Rodrigo disse...

D, obrigado pelos comentários ! É difícil tratar um assunto desse porte num artigo do porte deste que escrevi. Mas precisava lançar para debate a oposição entre o direito dos fetos à vida e o direito da menina de 9 anos à integridade física e psicológica. Sou contra o aborto que não tenha por finalidade salvar a vida da mãe. Se esse o caso, ok. Mas, novamente, me ajudem a localizar o laudo médico que aponte isso. O direito a vida é absoluto e vence qualquer argumentação pois não existe argumentação fora da vida. Aborto por estupro é permitido na legislação brasileira, mas isso não faz com que eu tenha, por ser advogado, que concordar com isso. Mas, não foi esse o fundamento do aborto pois, se tivesse sido, dependeria de autorização judicial. Por fim, essencial, fundamental, nuclear dizer que o estupro(s) não foi cometido pelo pai e sim pelo padrasto, constituindo mais um caso na esmagadora maioria de casos de violência contra crianças que ocorrem em famílias desconstituídas (7000% maiores) . Por isso, sugiro ao pessoal que ficou indignado com a posição da Igreja com relação ao aborto que fiquem indignados com as pessoas que tratam o casamento como um produto numa prateleira de supermercado, que pode ser devolvido quando dá problema, e o sexo como um ato simplesmente instintivo (animalesco). O que acha?

D disse...

Eu gostaria de saber porquê o aborto gera excomunhão, e o assassinato, estupro não?

Só vale a vida ou a forma que ela foi concebida?

Porque a vida do papa vale mais do que a minha já que se eu bater nele sou excomungada, mas se ele bater em mim não é?

É sobre isso que gostaria de discutir.

Beijo.
D.

Nanduska disse...

Achei interessante que o foco de discussão tenha sido somente o aborto, e não o fato de uma menina que teve sua infância roubada por uma criatura cruel...Nem falaram sobre a punição que esse canalha(e tantos outros) merece. Se houvesse uma punição severa, casos como esse diminuiriam, mas nem excomungado esse besta foi!
Não sou a favor do aborto, mas nesse caso uma criança deveria receber um suporte psicológico adequado, e vc acha que nesse país isso seria possível?

D disse...

Ro, kd você mano?

Rodrigo disse...

Nanduska, seus comentários complementam os pontos que precisam ser abordados nesse episódio. Destaco, porém, que optei por tratar neste artigo apenas das duas crianças abortadas pois minha meta era acrescentar aos demais pontos já em debate um que considero essencial (embora tenha ficado esquecido) para (1) a leitura do episódio e (2) a participação na escolha de qual seria a saída mais apropriada para ele - participação essa que foi, sem falsos trocadilhos, abortada no aborto. Entendo que (i) o agravamento peculiar do dano (estupro) sofrido pela criança de 9 anos que se deu com a gravidez, (ii) a realização do aborto e (iii) a declaração da excomunhão são pontos que não existiriam sem a prévia existência dessas duas crianças com vida no útero da menina, motivo pelo qual, entendo que o debate não poderia as deixar de lado. Entendo, também, que em nenhum momento a questão foi abordada sob a verdade de que, embora os envolvidos estivessem pagando pelo crime do execrável, seriam as crianças que, com a vida, seriam punidas. E, não entendendo como esse ponto foi subtraído do debate e substituído pela raivosa acusação de atraso da Igreja em suas “posições dogmáticas”, resolvi lançar o argumento, que, por sinal, permanece inquestionável aqui no meu blog (já que os comentários acima apenas deslocaram o debate para outros assuntos, interessantes, mas outros assuntos).

Faço minhas as palavras do Padre Paulo Ricardo: “Está todo mundo morrendo de dó dos enfermeiros que foram cúmplices do crime de aborto porque a Igreja Católica, num ato de crueldade terrível, excomungou os pobrezinhos.” (http://www.padrepauloricardo.org/) Quando, na verdade, foi a Igreja a única nesse episódio que considerou que, além da criança de nove anos, existiam, também, as duas crianças ainda em gestação, gestação essa que só poderia ser interrompida se houvesse laudo médico demonstrando (vamos nos lembrar que estamos diante de uma ciência que precisa fundamentar seus prognósticos) o risco de vida da menina e não apenas alguns médicos dizendo isso (vamos nos lembrar de que a retórica não é instrumento utilizado pela ciência).

Ciência não é fundamentada em bom senso ! E se o bom senso nos sugere a conclusão de que nesse episódio as três crianças morreriam, a ciência mostra em diversos outros que a gestação nessa condição extrema pode sim ser viável (27.610 casos na faixa 10-14 anos no Brasil em 2006, 260 de gravidez dupla, para ser mais exato - http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def).

PS.: para mais informações do caso (e não da historinha que foi inventada e disseminada), acesse: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid336023,0.htm