Interessante: o povo está tão mal informado (e, por tabela, distante da verdade) que consegue ser superado pelo Papa mesmo quando o assunto é camisinha. Irônico, não!? Segundo o Papa, a distribuição de camisinha na África não resolve o problema da AIDS no continente. E pior, segundo ele, o agrava.
Não preciso dizer que uma massa de pessoas preguiçosas (porque raramente vão se informar e buscar os fatos antes de saírem publicando qualquer baboseira) e presunçosas (porque adoram emitir opiniões e obterem aquele aceno de cabeça e cara de conteúdo de outro presunçoso de plantão, de preferência sem ter feito esforço algum) novamente saiu vociferando contra a posição do Papa sem se atentarem, ironicamente, como disse acima, para o fato de que: (1) existem cientistas estudando a AIDS na África, (2) alguns deles já emitiram conclusões técnicas a respeito dela (Edward Green, Norman Hurst, Hearst and Chen, por exemplo), conclusões atualizadíssimas, por sinal, (3) existem pesquisas por meio das quais já se constatou que a distribuição de camisinha não soluciona o problema da AIDS na África e que, na verdade, a distribuição só o tem aumentado, (4) uma dessas pesquisas, a principal delas, não foi realizada por qualquer “espertalhão” de plantão, mas por um especialista em AIDS da Harvard, que já estuda o problema há 30 anos, e (5) existe Uganda, com uma redução de 70% de seus casos, para provar tudo isso.
Alguns artigos já foram publicados a respeito, motivo pelo qual o acesso à informação não está tão difícil assim (é preguiça mesmo dos presunçosos, que acham que não precisam pesquisar nada para sair falando qualquer coisa).
Vejam alguns desses artigos:
The Washington Post - http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/03/27/AR2009032702825.html - editorial escrito pelo próprio especialista de Harvard, Eduard Green, liberal (que no EUA é equiparável à esquerda – se já não estiver chegando lá), e que já estuda a AIDS (em especial na África) há 30 anos (é, o pessoal está por fora mesmo)
BBC - http://www.bbc.co.uk/blogs/ni/2009/03/aids_expert_who_defended_the_p.html - nem a BBC, reconhecida por sua campanha contrária ao pontificado de Bento XVI, pôde negar os dados
National Review - http://article.nationalreview.com/?q=MTNlNDc1MmMwNDM0OTEzMjQ4NDc0ZGUyOWYxNmEzN2E
Não preciso dizer que uma massa de pessoas preguiçosas (porque raramente vão se informar e buscar os fatos antes de saírem publicando qualquer baboseira) e presunçosas (porque adoram emitir opiniões e obterem aquele aceno de cabeça e cara de conteúdo de outro presunçoso de plantão, de preferência sem ter feito esforço algum) novamente saiu vociferando contra a posição do Papa sem se atentarem, ironicamente, como disse acima, para o fato de que: (1) existem cientistas estudando a AIDS na África, (2) alguns deles já emitiram conclusões técnicas a respeito dela (Edward Green, Norman Hurst, Hearst and Chen, por exemplo), conclusões atualizadíssimas, por sinal, (3) existem pesquisas por meio das quais já se constatou que a distribuição de camisinha não soluciona o problema da AIDS na África e que, na verdade, a distribuição só o tem aumentado, (4) uma dessas pesquisas, a principal delas, não foi realizada por qualquer “espertalhão” de plantão, mas por um especialista em AIDS da Harvard, que já estuda o problema há 30 anos, e (5) existe Uganda, com uma redução de 70% de seus casos, para provar tudo isso.
Alguns artigos já foram publicados a respeito, motivo pelo qual o acesso à informação não está tão difícil assim (é preguiça mesmo dos presunçosos, que acham que não precisam pesquisar nada para sair falando qualquer coisa).
Vejam alguns desses artigos:
The Washington Post - http://www.washingtonpost.com/wp-dyn/content/article/2009/03/27/AR2009032702825.html - editorial escrito pelo próprio especialista de Harvard, Eduard Green, liberal (que no EUA é equiparável à esquerda – se já não estiver chegando lá), e que já estuda a AIDS (em especial na África) há 30 anos (é, o pessoal está por fora mesmo)
BBC - http://www.bbc.co.uk/blogs/ni/2009/03/aids_expert_who_defended_the_p.html - nem a BBC, reconhecida por sua campanha contrária ao pontificado de Bento XVI, pôde negar os dados
National Review - http://article.nationalreview.com/?q=MTNlNDc1MmMwNDM0OTEzMjQ4NDc0ZGUyOWYxNmEzN2E
3 comentários:
As posições quando não muito bem sustentadas tendem a nos levar a conclusões errôneas e conclusões errôneas tendem a nos levar a algum tipo de sofrimento. Diante dessa introdução temos que analisar primeiramente qual é a posição não apenas da Igreja Católica, mas de Jesus Cristo a respeito da sexualidade. No que consta em minha memória, Jesus nunca fez menção explícita às condutas sexuais dos indivíduos dizendo que estes jamais deveriam evitar a procriação sem refreios em suas relações sexuais. A moral de Jesus é de dois mil anos atrás com respeito ao caso do planejamento familiar.
Quanto à conduta promíscua dos indivíduos, é mais do que certo que é uma chaga humana. Incluo na chamada “conduta promíscua” tudo aquilo que deixa de incorporar o amor e o respeito, ou seja, o sexo casual desprovido dessas características.
O ponto principal no uso da camisinha é o do planejamento familiar e para poder sustentar esse argumento é mister dar ao sexo a indumentária de “ato de amor” e não simplesmente “ato de procriação”. Dessa forma temos que a sexualidade não é algo pernicioso, ao contrário, é algo importantíssimo e que requer do indivíduo que ingressa por esse caminho uma boa dose de responsabilidade.
Correndo o risco de incorrer em erro grave, pois não tenho acesso ao que realmente a Igreja Católica propõe com relação ao planejamento familiar e o sexo, acredito que o papa e, por conseguinte, sua igreja, pregam à população mundial que não é correto o uso da camisinha pois pressupõe tal pratica como erro grave baseando-se no dogma de que o sexo é pecado, salvo para reprodução, dentro do casamento.
Há muito tempo atrás, quando o homem tinha a proporção de um gorila e os instintos a explodirem seus tacapes na cabeça de suas pretendidas, eu acredito que pregar que o sexo seria um pecado salvo em caso de reprodução dentro de um casamento, poderia ser compreensível, no sentido de educar os sentidos humanos para a responsabilidade sexual. Mas estamos em um estágio do nosso desenvolvimento que é preciso olhar o sexo com mais delicadeza, menos regras sisudas, longe de fazer assim, apologia a libertinagem.
Podemos pensar que negar o sexo como ferramenta única e exclusiva de reprodução seja uma falácia a ser manipulada em nome dos libertinos, mas consideravelmente não é esse o caso. Sexo é um ato de amor. Ato sólido e esplendido que jamais poderia estar atrelado ao sentido de pecado. E se a natureza quisesse realmente que nos reproduzíssemos sem qualquer controle, não teria criado um cérebro pensante. E dentro dessa lógica poderíamos discriminar os inférteis como algum tipo de escória castigada por não se sabe exatamente o quê, ou quem. Nem me atrevo a entrar no mérito da homossexualidade, para que o assunto não se perca de vez.
É nessa base – sexo pecado fora do casamento (católico) e para reprodução – que o papa se apega para pregar suas negativas contra a efetividade da camisinha. Mas seria o sexo pecado para aqueles que não professam a fé católica? Essas questões de fé tornam-se muito pueris, pequenas e inexatas quando estamos tratando da realidade humana. Não só de um aumento desgovernado da população, mas como da transmissão de doenças como a Aids e congêneres.
Não devemos entrar no mérito da fé, mas deveríamos esperar coerência por parte daqueles que a professam. E eu pergunto. Os católicos esperam-se para se casar e poder fazer sexo? (sem camisinha ou qualquer outro contraceptivo). Qual a porcentagem de católicos que realmente seguem os discursos da Igreja – gerando famílias enormes - e não só o vivificam em discursos acalorados, mas que por fim, podem estabelecer-se em um oceano de hipocrisia?
Vivenciar a fé – qualquer que seja ela – já teria levado o mundo a outro parâmetro, que não sabemos com certeza se teria sido bom ou ruim, mas o que realmente podemos perceber é que as evidências empíricas nos mostram que precisamos de algum regimento moral de conduta para não nos perdemos por completo, mas que nem sempre nos submetemos a eles e que somente a lógica e a razão, aliadas ao raciocínio crítico podem dar o equilíbrio necessário para que nosso discurso não mantenha-se completamente desprovido de incertezas.
D
Ro, esse texto está melhor escrito em www.imaginalismo.blogspot.com
Bjo!
D
D, obrigado pela contribuição. Seu texto trata de mais pontos que o meu (que trata apenas da comprovada ineficácia da distribuição de camisinha como forma de contenção da epidemia de AIDS na África). Ainda não ousei entrar nos temas mais espinhosos dessa discussão sobre uso da camisinha, alguns dos quais confesso que já ter gastado mais de um ano pensando (e até conversando com padres) sem encontrar resposta. Vale dizer que existe sim hipocrisia, mas que não é o descumprimento da lei que a invalida (já pensou se um assassinato invalidasse a lei que o condena pelo simples fato de ter ocorrido?). Também vale dizer que nossa inadequação reiterada a regra, embora nos faça hipócritas (e por isso o antídoto de Cristo - "Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão." Mt 7,5), não justifica: (i) o distanciamento da regra para não sermos hipócritas (porque pecadores) já que a regra foi feita exatamente para gente como nós ou (ii) a procura de uma outra religião cujas regras melhor se encaixem no que sou, como se a religião buscasse o homem, oferecendo regras mais fáceis e modernas, e não o homem a religião.
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