Em atenção aos comentários deixados em meu artigo ABORTO - O mundo está ficando muito louco mesmo!, destaco que à época optei por tratar nele apenas das duas crianças abortadas, pois minha meta era acrescentar aos demais pontos que estavam então em debate um que considerava e continuo considerando essencial (embora tenha ficado esquecido) para (1) a leitura do episódio e (2) a participação na escolha de qual seria a saída mais apropriada para ele - participação essa que foi, sem falsos trocadilhos, abortada no aborto. Entendo que (i) o agravamento peculiar do dano (estupro) sofrido pela criança de 9 anos que se deu com a gravidez, (ii) a realização do aborto e (iii) a declaração da excomunhão são pontos que não existiriam sem a prévia existência dessas duas crianças com vida no útero da menina, motivo pelo qual, entendo que o debate não poderia as deixar de lado. Entendo, também, que em nenhum momento a questão foi abordada sob a verdade de que, embora os envolvidos estivessem pagando pelo crime do execrável, seriam as crianças que, com a vida, seriam punidas. E, não entendendo como esse ponto foi subtraído do debate e substituído pela raivosa acusação de atraso da Igreja em suas “posições dogmáticas”, resolvi lançar o argumento.
Faço minhas as palavras do Padre Paulo Ricardo: “Está todo mundo morrendo de dó dos enfermeiros que foram cúmplices do crime de aborto porque a Igreja Católica, num ato de crueldade terrível, excomungou os pobrezinhos.” (http://www.padrepauloricardo.org/) Quando, na verdade, foi a Igreja a única nesse episódio que considerou que, além da criança de nove anos, existiam, também, as duas crianças ainda em gestação, gestação essa que só poderia ser interrompida se houvesse laudo médico demonstrando (vamos nos lembrar que estamos diante de uma ciência que precisa fundamentar seus prognósticos) o risco de vida da menina e não apenas alguns médicos dizendo isso (vamos nos lembrar de que a retórica não é instrumento utilizado pela ciência).
Ciência não é fundamentada em bom senso ! E se o bom senso nos sugere a conclusão de que nesse episódio as três crianças morreriam, a ciência mostra em diversos outros que a gestação nessa condição extrema pode sim ser viável (27.610 casos na faixa 10-14 anos no Brasil em 2006, 260 de gravidez dupla, para ser mais exato - http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def).
PS.: para mais informações sobre o caso (e não da historinha que foi inventada e disseminada), acesse: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid336023,0.htm; para informações sobre outros casos de gravidez de menina de 9 anos (estes sem aborto), acesse: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u123617.shtml; http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/02/ult34u169397.jhtm; http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20020911/vid_mat_110902_36.htm
Faço minhas as palavras do Padre Paulo Ricardo: “Está todo mundo morrendo de dó dos enfermeiros que foram cúmplices do crime de aborto porque a Igreja Católica, num ato de crueldade terrível, excomungou os pobrezinhos.” (http://www.padrepauloricardo.org/) Quando, na verdade, foi a Igreja a única nesse episódio que considerou que, além da criança de nove anos, existiam, também, as duas crianças ainda em gestação, gestação essa que só poderia ser interrompida se houvesse laudo médico demonstrando (vamos nos lembrar que estamos diante de uma ciência que precisa fundamentar seus prognósticos) o risco de vida da menina e não apenas alguns médicos dizendo isso (vamos nos lembrar de que a retórica não é instrumento utilizado pela ciência).
Ciência não é fundamentada em bom senso ! E se o bom senso nos sugere a conclusão de que nesse episódio as três crianças morreriam, a ciência mostra em diversos outros que a gestação nessa condição extrema pode sim ser viável (27.610 casos na faixa 10-14 anos no Brasil em 2006, 260 de gravidez dupla, para ser mais exato - http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/deftohtm.exe?sinasc/cnv/nvuf.def).
PS.: para mais informações sobre o caso (e não da historinha que foi inventada e disseminada), acesse: http://www.estadao.com.br/vidae/not_vid336023,0.htm; para informações sobre outros casos de gravidez de menina de 9 anos (estes sem aborto), acesse: http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u123617.shtml; http://noticias.uol.com.br/ultnot/afp/2006/12/02/ult34u169397.jhtm; http://www2.correioweb.com.br/cw/EDICAO_20020911/vid_mat_110902_36.htm