quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

MACHO ALFA


A “grande mídia” é incrível! Consegue estar errada até mesmo quando o governo acerta. Lula, principal macho alfa da tropa, consciente disso e de que:

1. o emprego depende da necessidade de produzir – quanto maior a necessidade de produzir, maior o número de vagas de emprego;
2. a necessidade de produzir depende da existência de compradores
3. os compradores só são compradores quando consomem
4. o consumo é a chave para o emprego e a real distribuição de renda (vamos nos lembrar que não foi um bolsa família chinês que tirou 400.000.000 de pessoas da miséria naquele país nos últimos 15 anos, mas sim o muito bem aproveitado consumo norte-americano e europeu – que a sabedoria de esquerda tanto xinga de consumismo;
5. que as vendas brasileiras no mercado interno foram da ordem de 84% do total de vendas nos dois últimos anos (2006 e 2007)
6. que por conta disso, a crise em mercados compradores externos afetaria, na pior das hipóteses (hipotética, é claro), 16% de nossas vendas, motivo pelo qual os efeitos da crise no Brasil estariam mais ligados ao comportamento do mercado interno do país do que do externo;
7. que o sistema financeiro brasileiro está saudável e não seria infectado pelo vírus que iniciou toda a crise mundial;
8. que o Brasil tem comida, energia, água e commodities a la vonté

corretamente optou, dentre dois cenários incertos (o da “crise braba” e o da “marolinha”), pelo mais razoável tanto sob o aspecto econômico quanto sob o psicológico. E, diante da conhecida fragilidade da relação ‘estado de espírito-consumo-emprego’, assumiu o papel de macho alfa e tentou conduzir nós brasileiros com serenidade nesse período.

Mas é claro que no meio da tropa não poderiam faltar alguns jumentos (trocadilho com tropa, coletivo de cavalo) que, seguindo a risca o discurso internacional, papagaiaram (e continuam papagaiando) informações sem contextualizá-las com nosso cenário (ou tropicalizá-las, como gostam de dizer por aí). Quantas vezes não escutamos jornalistas (alguns até economistas) dizendo: “Imaginem se o Brasil vai ficar bem com o mundo em crise. Isso é um absurdo ! Parem de consumir, façam poupança.”. Hoje mesmo ouvi 10 minutos de propaganda eleitoral do Partido Democratas sobre a crise, em que o ápice do oportunismo típico do PT nos tempos áureos foi o conselho aos brasileiros para que poupem !! Pode haver responsabilidade num discurso de poupe-seu-dinheiro-pois-você-precisará-dele-quando-perder-o-seu-emprego-porque-o-poupou?

Bem, num país em que até a Igreja é majoritariamente de esquerda, não é difícil encontrar comportamentos assim, em especial quando eles começam a virar realidade.

INTERESSE PÚBLICO vs. DITADURA


Sabe porquê Hugobugo Chavez está mentindo descaradamente quanto às suas intenções pelo povo Venezuelano? Pelo seguinte:

1. a justificativa para a existência do Estado se apóia na necessidade de criar um espaço para a existência individual e o desenvolvimento da personalidade humana – para eu ser, preciso estabelecer uma relação entre: (i) liberdade minha e limitação dos outros e (ii) liberdade dos outros e limitação minha
2. a criação desse espaço demanda trabalho, cuja realização depende de instrumentos e de suas respectivas regras de uso, que considerados em conjunto formam o que chamamos de Estado, cujo responsável pela “mão na massa” podemos dizer ser a Administração Pública
3. a Administração Pública tem por meta (ideal), dentre outras, agir considerando sempre o grupo de homens que a legitimam
4. o que significa agir sempre em respeito ao interesse público, que deve ser supremo em relação ao interesse individual
5. para que a supremacia do interesse público não prejudique justamente a existência individual daqueles que a legitimam, essa supremacia deve, obviamente, ser limitada – é essa relação de supremacia e limite (restrição) que retrata o embate exposto acima entre: (i) liberdade minha e limitação dos outros e (ii) liberdade dos outros e limitação minha
6. a limitação da supremacia do interesse público sobre o privado está no fato da supremacia só poder existir na lei
7. o que em outras palavras significa dizer que um interesse público só é juridicamente supremo se inserido no Ordenamento Jurídico
8. se considerarmos que o Ordenamento Jurídico é composto por um conjunto de normas (em sentido amplo), dentre as quais destacamos o tipo chamado lei
9. podemos dizer que a lei é o elemento que estabelece que interesse público é realmente público e, portanto, supremo, resolvendo instrumentalmente o embate mencionado anteriormente

Dentro dessa lógica, para sabermos se estamos diante de um Estado que busca o bem público (interesse público), precisamos analisar a fonte do que qualifica algo como de interesse público: a LEI.

Se a lei, determinante do que é de interesse público (e, portanto, supremo):

1. é elaborada pelo próprio público, estamos diante de uma relação saudável e verdadeira entre (i) liberdade minha e limitação dos outros e (ii) liberdade dos outros e limitação minha – o bem público é definido pelo próprio público e sua execução está restrita a essa lógica,


2. não é elaborada pelo próprio público, como podemos dizer que o interesse que está sobrepondo o interesse do homem que só individualmente existe, legitimador da existência da própria estrutura estatal que o regula, é realmente público e não meramente o interesse de um homem (ditadura) ou de um grupo deles (oligarquia)?

Só existe instrumentação de interesse público e interesse privado nos Estados que são governados pela lei (Estado de Direito) e cujas leis são definidas pelo povo (Estado Democrático sem Ideologia Hegemônica).

Se isso é materialmente bom ou não, dependerá do povo que democraticamente escolherá o conteúdo de suas leis. O fato é que formalmente ainda não inventaram opção melhor ! E dá-lhe !

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

ÉTICA DE ESQUERDA 2


No artigo abaixo denominado “ÉTICA DE ESQUERDA” sugiro como explicação do comportamento paradoxal da esquerda que, consciente e concomitantemente, defende a ética e pratica o crime, a idéia (de esquerda, é claro) de que a finalidade por eles buscada (supostamente nobre) justificaria os meios empregados.

Em outras palavras, falhas morais, éticas e até crimes, quando cometidos pela esquerda, cuja hegemonia ideológica (Gramsci) insiste em dizer serem nobres seus ideais, podem ser “esquecidos” via relativização de valores como a vida, a liberdade, a ética, a moral, etc., momento em que atos criminosos podem ser tornar até atos nobres, românticos, justos.

Cesare Battisti é uma prova disso ! Mesmo diante:

1. de condenação por 4 homicídios em Tribunal

1.1 Constitucional (não estamos falando em uma corte criada para sua condenação)
1.2 Democrático (não estamos falando de um tribunal constitucional oriundo de uma constituição ditatorial)
1.3 em nação-mãe do direito processual civil (a Itália)

2. de comprovada filiação a grupo terrorista de esquerda (embora sua participação em atos terroristas não o seja – embora todos saibamos que ele não estava ali no grupo pregando botões)

3. de sabida manifestação do Supremo Tribunal Federal Brasileiro de que atos terroristas não constituem crime político, mesmo que o extraditando ainda não tenha sido por eles condenado: “os atos delituosos de natureza terrorista, considerados os parâmetros consagrados pela vigente Constituição da República, não se subsumem à noção de criminalidade política, pois a Lei Fundamental proclamou o repúdio ao terrorismo como um dos princípios essenciais que devem reger o Estado brasileiro em suas relações internacionais” STF – Pleno – Extradição n. 855-2, Rel. Min. Celso de Mello – Informativo STF n. 394, p. 4

4. da letra clara da Constituição Federal do Brasil, sim, a do Brasil, que em seu artigo 4º, inciso VIII, estabelece que: “A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;”, princípio que deve ser combinado aqui com a discricionariedade do chefe de Estado soberano em atender ou não a pedido de extradição;

nosso Ministro da Justiça, cujo nome precisa ser citado para que não se confunda com seu cargo – Tarso Genro, ASTUTAMENTE reconheceu Cesare Battisti como refugiado político (porque o Ministro, mesmo, não pode conceder asilo político), criando um falso impeditivo ao processo de extradição, já que: (1) o Brasil, tendo transformado em lei a Convenção de Genebra – 1951 – sobre refugiados (Lei 9474/97), qualificou juridicamente Cesare como refugiado (por motivos de perseguição política) e (2) a Constituição Federal, no artigo 5, inciso LII, estabelece que “não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;”.

O falso impeditivo está justamente na impossibilidade de um Ministro de Estado, apoiado em lei federal, efetuar ato (declaração do refúgio político) que impeça o Chefe de Estado, apoiado na Constituição Federal, de exercer a soberania, que espero seja inspirada no artigo 4º, inciso VIII da própria Constituição, que estabelece que:

“Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo”

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

VOCÊ SIMPATIZA COM O IDEAL DE ESQUERDA?

Se você simpatiza, ainda que bem pouco, com o ideal de esquerda, deve conhecer ao menos os dois fundadores do comunismo: Engels e Marx.


ENGELS - escreveu na "Nova Gazeta Renana", em janeiro de 1849, que quando a luta de classes ocorresse, haveria sociedades primitivas com atraso de até dois estágios (ele até deu alguns exemplos - bascos, bretões, escoceses, sérvios), por eles chamados de "lixo racial", que precisariam ser eliminadas

NOVA GAZETA RENANA



MARX - escreveu que os "povos inferiores”, como chamou o que julgou serem povos não preparados para a revolução, “devem perecer no holocausto revolucionário”.

Essas são apenas algumas das coisas que essas figuras tão apreciadas pela esquerda ESCREVERAM e DISSERAM publicamente. Estou apenas me limitando a essas afirmações nesse artigo pois elas são o marco de criação do genocídio como política de governo (engenharia social), aplicado por Stalin na Ucrânia - com resultados PIORES em quantidade e maldade que o holocausto dos Nazistas - e metodologicamente ENSINADO (pelo próprio regime do Stalin) à Alemanha nazista de Hitler, conforme diversos documentos descritivos da parceria de anos entre URSS e Alemanhã (vide artigo abaixo denominado "COMUNISTA NÃO TEM MORAL PARA XINGAR NINGUÉM DE FASCISTA !"), e que desembocou no holocausto dos Judeus.

Você acha que eu estou exagerando? Que o genocídio não é criação de esquerda! Que Nazismo e Socialismo são coisas completamente diferentes! Que Hitler e Stalin nunca fizeram parceria coisa alguma, muito menos uma em que Stalin ensinou a Hitler métodos de genocídio ! Que Hitler chegou ao poder sem a ajuda da esquerda, que por ordem de Stalin, deixou de fazer oposição para passar a ajudá-lo ! Que o nome do partido nazista liderado pelo Hitler (Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães) é mera coincidência ! Que Hitler não tentou mudar o nome do seu partido para "Partido Social Revolucionário" (http://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Nacional_Socialista_Alem%C3%A3o_dos_Trabalhadores#Origens)? Então vou deixar que as imagens dos cartazes de propagandas de Hitler e de Stalin (sempre nessa ordem) digam tudo:



Para maiores esclarecimentos, (1) mantenho recomendação de livro que fiz em artigo publicado aqui em 08.09.08: "Comunismo", de Richard Pipes, Ed. Objetiva, e (2) acrescento link para excelente filme sobre o assunto - The Soviet Story:

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

ÉTICA DE ESQUERDA


PROPOSTA

Gostaria de lançar uma suspeita (porque decorrente da minha experiência e não de estudo metodológico) e perguntar aos leitores se compartilham dela ou não.

SUSPEITA

A moral e a ética, se não têm conteúdos diferentes, têm aplicabilidade mais branda para quem é ou se intitula de esquerda.

ORIGEM DA SUSPEITA

Minha suspeita, ou se me permitirem, meu pensamento decorreu de uma questão muito simples, que é a seguinte: por que existe tanta corrupção e criminalidade na esquerda? Vamos só nos recordar de quantos ministros e figorões caíram nesses últimos anos no governo Lula, além dos que ficaram implicados, e de quantas milhões de pessoas foram assassinadas mundo a fora.

Se não gostaram da pergunta, lanço outra: como a esquerda, diante de todo esse histórico de corrupção e criminalidade, consegue manter o dedo acusador apontado em discussões sobre ética e planejamento?

EXPERIÊNCIA

Da maioria das conversas que tive com pessoas de esquerda, saí com a impressão de que eles tinham uma forte convicção (quase que missionária) de que eram portadores de grandes e nobres preocupações, o que em um dado momento fui constatar se tratar do velho e conhecido brocardo "enquanto o capitalista se preocupa com o lucro, o comunista se preocupa com a sociedade".

Interessante como essa autointitulação de nobreza impregnou a ação de esquerda de justificativas que sempre serviram em defesa das falhas que vinham a tona. "Hei, veja bem, tem esse "errinho" aqui, você tem razão, mas é por uma boa causa."

CONCLUSÃO

A conclusão, do somatório de experiências que tive, é a de que falhas morais, éticas e até crimes, (1) quando cometidos pela esquerda, se justificam na busca da sociedade perfeita; (2) quando cometidos pela direita, se justificam na "busca do lucro" (ou seja, não se justificam), criando a falsa impressão de que é correto e normal relativizar valores como a vida, a liberdade, a ética, a moral, etc., pela busca de um fim nobre, transformando até mesmo atos criminosos em atos nobres, românticos, justos, pelo simples fato de buscarem esse algo nobre, como pensa, inclusive, grande parte dos criminosos no Brasil, que já chegaram até a chamar sequestro* de trabalho justo para mudar a situação (vejam o documentário "Manda Bala"), diante do que não posso concordar com a tolerância da esquerda com a criminalidade (e grande parte dos Direitos Humanos faz basicamente isso atualmente) em nome de um fim nobre, em especial quando é nítido que esse fim nobre, para não ser conservador, acaba sendo criado dentro da cabeça de cada um da forma que melhor justifica os seus próprios tiros (de palavras ou de balas).

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE


"Até na doutrina social da Igreja foi-se [o doutrinador do Direito] procurar inspiração para instituir ... o princípio da subsidiariedade, pelo qual o Estado só deve atuar quando o particular não tiver condições de atuar sozinho, hipótese em que deve estimular, ajudar, subsidiar a iniciativa privada." (gn) PIETRO, Maria S. Z in Direito administrativo, 21ª edição, São Paulo, Editora Atlas, 2008, p. 26
.
Percebam que estamos falando da Doutrina Oficial da Igreja - referências doutrinárias pela própria autora mais abaixo - e não dessa balela que é a Teologia da Libertação, que ao invés de pregar a criação de condições para que o particular possa "atuar sozinho", faz exatamente o contrário e, utilizando-se da estrutura de argumentação comunista, defende a formulação de uma estrutura de instituições que criam um particular dependente. E ela continua:
.
"O princípio da subsidiariedade, embora bem anterior à nova concepção de Estado de Direito Democrático, assume agora importância fundamental na definição do Estado. Ele se desenvolveu em fins do século XIX e começo do século XX, dentro da Doutrina Social da Igreja, principalmente pelas Encíclicas Rerum Novarum (1891), de Leão XIII, Quadragesimo Anno (1931), do Pap Pio XI, Mater et Magistra (1961), de João XXIII*, e, mais recentemente, Centesimus Annus (1991), de João Paulo II." [assessorado pelo atual papa Bento XVI]
.
"Aplicação do princípio da subsidiariedade, com as seguintes consequências:
  • privatização de empresas estatais,
  • privatização de atividades antes consideradas serviços públicos,
  • ampliação da atividade de fomento,
  • ampliação das formas de parceria do setor público com o setor privado e
  • crescimento do terceiro setor."
PIETRO, Maria S. Z in Direito administrativo, 21ª edição, São Paulo, Editora Atlas, 2008, p. 35
.
Além dessas consequências, transcrevo também outra importante conseqüência, hoje bastante distorcida no Brasil, da Doutrina Social da Igreja, constatada pelo Professor Sérgio Pinto Martins (maior nome em Seguridade Social no Brasil):
.
"A Constituição de 1937 muda a denominação anterior, passando a empregar a expressão seguro social (art. 137, m e n). Adota a denominação utilizada pela doutrina social da Igreja Católica." MARTINS, Sérgio P. in Direito da seguridade social, 26ª edição, São Paulo, Editora Atlas, 2008, p. 18
.
*É do mesmo papa [João XXIII] uma das definições de BEM COMUM (que é finalidade e, portanto, elemento da própria sociedade), consideradas mais avançadas e libertadoras que existe, nesse mesmo sentido de liberdade ("atuar sozinho") do particular: "O bem comum consiste no conjunto de todas as condições de vida social que consintam e favoreçam o desenvolvimento integral da personalidade humana", deixando nas mãos de cada particular o como, o quando e o quanto esse desenvolvimento será feito. PAPA JOÃO XXIII, Encíclica Pacem in Terris, II, 58

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

VOCÊ ACREDITA EM PAPAI NOEL? E EM DEUS?


Quem tá achando que essa baboseira propagada por Richard Dawkins, Christopher Hitchens, e cia. limitada é novidade tá por fora. O discurso é velho e já foi filosoficamente superado há muito tempo.

Sexto Empírico, em seu "tratado" denominado "Argumentos Contra a Crença em Deus", dizia basicamente que a existência de Deus, por não ser auto-evidente, demandava prova, ao que o filosofo Bertrand Russell, em seu livro History of Western Philosophy, 2a edição, London, Routledge, 2000, p.248, complementa dizendo que "existe um argumento um tanto confuso para dizer que nenhuma prova é possível", antecipando parte do argumento que de confuso não tem nada e derruba a velha perguntinha cética do: "hey, você acredita em papai noel, em duende, em unicórnio (o Richard Dawkins adora esse)? Então por que acredita em Deus?"

E o argumento parte do bom senso intelectual de que não podemos colocar papai noel e Deus no mesmo saco já que:

(1) PAPAI NOEL é um "fenômeno" SEM PROVA mas PASSÍVEL DE PROVA (se papai noel existe, assim como se um unicórnio existe, sua existência é passível de prova - poderíamos procurá-lo e encontrar uma prova científica em algum lugar, por mais difícil que fosse), enquanto

(2) DEUS é um "fenômeno" SEM PROVA e SEM POSSIBILIDADE DE PROVA (já que, como todos sabemos, APENAS o que "veio a existir" a partir do Big Bang (E=mc2) é passível de prova (que é, inclusive, o típico objeto da ciência) e Deus, obviamente, não "veio a existir" materialmente, sob pena de Deus ser outro e a regra lógica ser mantida.

Por isso, já há muito tempo querer uma prova científica da existência de Deus é uma posição tão estranha quanto a de não ficar com a pulga atrás da orelha quando o assunto é papai noel. Por isso lhe pergunto: você ainda acredita em papai noel, unicórnio e na necessidade de prova científica de Deus?

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

HUMANISTAS SECULARES E RELIGIOSIDADE

Humanistas Seculares, resumindo a definição de Julian Huxley (sim, o irmão de Aldous Huxley, que escreveu Admirável Mundo Novo), são pessoas que, ao não encontrarem provas científicas da existência de Deus (da mesma forma como ocorre em relação ao Papai Noel), concluem não poder acreditar em Deus. Humanistas Seculares não têm como meta provar que Deus não existe, mas apenas dizem que não podem humanamente (racionalmente) acreditar que Ele exista sem que possam acessar uma única prova. Como resultado disso, Humanistas Seculares acreditam que o Homem é fruto da biologia tanto quanto qualquer outro ser vivo e que não há nenhuma força superior acompanhando seu destino, motivo pelo qual o Homem é a principal referência para si próprio. Nas palavras de Paul Kurtz, editor da maior revista humanista dos EUA e autor do Manifesto Humanista, Humanistas Seculares são melhor definidos como Céticos do que como Ateus.

Religiosos, ao contrário de Ateus e Humanistas Seculares, têm uma postura afirmativa e dizem que Deus existe. E é justamente desse antagonismo que nasce um caloroso debate entre Religiosos, de um lado, e Ateus / Humanistas Seculares, de outro.

O debate sobre o tema é perfeitamente válido afinal, por que o Homem deveria deixar de falar justamente de uma das questões mais importantes da Humanidade: de onde viemos? O problema não reside em discutir ou não o tema, mas em qual instrumento deve ser utilizado para se chegar a melhor resposta à pergunta "de onde viemos?".

Poderíamos pensar que os debatedores, pela breve introdução acima, se dividiram entre os que defendem o uso da razão como instrumento para se chegar mais próximo da resposta e os que defendem o uso da fé. Surpreendentemente, porém, são os religiosos (aqui me limito ao posicionamento da Igreja Católica, que financia estudos científicos pela Pontifícia Academia de Ciências e pela Specola Vaticana) que atualmente trafegam pelo grupo dos que defendem a razão como instrumento para se chegar a uma resposta.

Eu também não poderia deixar de concordar que, diante do método filosófico (que é a própria Filosofia) criado por Sócrates para quebrar concepções em partes cada vez menores até se atingir evidências a partir das quais chegaríamos a concepções melhores do que as que acabamos de quebrar, a racionalidade é o melhor instrumento para se pensar o tema.

Por esse motivo, elejo a razão como instrumento para, neste artigo, buscar os argumentos mais consistentes sobre a existência de Deus: os religiosos ou os humanistas; entendendo “razão” como sendo a combinação (lógica) de evidências - cientificamente descobertas - com o objetivo de se aferir um dado resultado, o que em outras palavras (e em sentido contrário) significa que partiremos da ciência para falarmos de Deus.

Existem três (3) evidências científicas que levam a Ciência a concluir que a melhor teoria para explicar a origem do Universo é a Teoria do Big Bang. As evidências científicas são: (1) a expansão do Universo, (2) o Eco Radioativo e (3) a Segunda Lei de Termodinâmica. Segundo elas, o Universo (que significa tudo o que existe) em um dado momento passou a existir. Ocorre que cientificamente nada passa a existir sem causa, ou seja, as coisas não surgem do nada.

A segunda Lei de Termodinâmica diz, em linguajar bem simples, que a quantia de energia no Universo está diminuindo. Se o Universo sempre existiu (não teve começo), ele não poderia, perdendo energia como provado pela termodinâmica, existir. Logo, ele teve que ter tido um começo como regra lógica para a existência da própria lei cientificamente evidenciada.

Diante disso tudo, perguntaria: O que é mais racional: (1) dizer que a matéria passou a existir (Big Bang) do nada sem causa alguma?; (2) negar o Big Bang para dizer que a matéria sempre existiu, derrubando a Segunda Lei da Termodinâmica de sopetão, e fugir da afirmação anterior?; ou (3) dizer que a matéria passou a existir do nada com uma causa que, ao não poder explicá-la - pois essa causa não passou a existir junto ao Universo -, damos o nome de Deus?

Os Humanistas Seculares, os Ateus e (tomo a liberdade de incluir) os filhos do Iluminismo preferem dizer (i) ora que a matéria surgiu do nada (Big Bang) sem causa (E=mc2 sem causa), (ii) ora dizer que o Big Bang, a despeito das 3 evidências científicas acima, é uma balela, assim como é uma balela a segunda lei evidenciada da termodinâmica, pois a matéria sempre existiu, dispensando Deus, e (iii) ora dizer que Deus não pode existir como algo acausal enquanto, ao dizer isso, joga o próprio Universo como algo acausal seja por ter sempre existido (sem causa inicial), seja por ter surgido de um Big Bang sem causa ...

Os Religiosos, ao contrário, buscam conciliar a teoria científica do Big Bang com a Lei de que nada surge do nada. A idéia religiosa (novamente aqui me limito ao posicionamento da Igreja Católica, que financia esses estudos científicos pela Pontifícia Academia de Ciências e pela Specola Vaticana) é a de que a Segunda Lei da Termodinâmica é válida, o que torna a Teoria do Big Bang aceitável, e, sendo também válida a Lei Física de que tudo que vem a existir necessariamente tem uma causa, a causa do Big Bang é uma causa que não veio a existir materialmente (e leia-se aqui – matéria e energia – E=mc2) – do contrário exigiria uma causa anterior e eterna não material. Essa causa, para os religiosos, é Deus.

Percebe-se que nenhum deles tem uma resposta racionalmente definitiva, mas nosso propósito era encontrar quem tem a proposta mais racional quanto à nossa origem. Religiosos ou Humanistas Seculares / Ateus? Eu deixo essa resposta para você !

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

PLANO BARUCH


Para aqueles que ao criticar o uso que tem sido feito da energia nuclear nesses últimos 60 anos atribuem os males anotados às nações capitalistas, em especial aos EUA, típica “des”argumentação de esquerda, não custa nada lembrar o homem “solidário” do infelizmente desconhecido Plano Baruch (não há, por exemplo, sequer uma rápida definição do plano em língua portuguesa no Wikipedia – 06.01.09), plano APRESENTADO pelos EUA, então único detentor da tecnologia, em 17 de julho de 1946, “visando a internacionalização do átomo, através do controle, pela organização das Nações Unidas, de todos os aspectos da política nuclear, inclusive a produção de urânio e tório” e REJEITADO pela URSS, fato, inclusive, considerado como início da Guerra Fria – CAMPOS, Roberto A lanterna na popa, v. 1, 4ª edição, Rio de Janeiro, Editora Topbooks, 2001, p.92/93, 103 e 114.