quinta-feira, 30 de julho de 2009

DEFINIÇÃO MUSICAL DE REVOLUÇÃO E EVOLUÇÃO

REVOLUÇÃO
preste atenção na letra para ver a revolução



EVOLUÇÃO
preste atenção na melodia para ver a evolução
(só funciona se você ver as duas partes na ordem – se inverter ou ir direto para a segunda, que é incrível – Karajan, um dos maiores maestros da história chora nessa parte -, não vai funcionar)



11 comentários:

Ronaldo disse...

O problema de "Imagine" é que a música até que é boa, o que faz com que o pessoal cantarole essa letra totalmente imbecil junto ....

André disse...

Qual é o problema com Imagine? É você poder, se quiser, ler uma mensagem comunista por trás dela (se bem que eu sempre a vi como uma utopia genérica, pós-guerra, pós-autoritária, pós-religião)?. Ou o problema é o ateísmo embutido?

É exatamente isso que faz a música ser tão famosa. E tão boa.

D disse...

Muito perspicaz de vossa parte, porém, há controvérsias!

Rodrigo disse...

André T,

Imagine se tem algum problema com a letra dessa música ... que é apenas uma letra que passa uma mensagem "pós-autoritária" propondo "não existir países", "não existir posses", "nenhuma religião também", ou seja, propostas bem pouco autoritárias (!?) e muito tranqüilas e compatíveis com "as pessoas vivendo a vida em paz" porque afinal de contas, o problema não está nas pessoas, mas sim no "Sistema", o bicho-papão dos adultos; na propriedade privada ou posse, outrora refúgio das pessoas contra o poder vigente (1), mas agora a vilã da sociedade moderna; na religião, que manteve por tantos séculos palavras tão malvadas como as do exemplo lançado abaixo (2). Viva a “utopia genérica” à qual você faz menção, que nas “sábias” palavras de Darci Ribeiro tem grande utilidade (3), e lembre-se: “seja realista, exija o impossível”.

(1) “O homem mais pobre desafia em sua casa todas as forças da Coroa, sua cabana pode ser muito frágil, seu teto pode tremer, o vento pode soprar entre as portas mal ajustadas, a tormenta pode nela penetrar, mas o Rei da Inglaterra não pode nela entrar.” (Moraes, Alexandre de. Direito Constitucional. 19 ed. 2. reimpressão. São Paulo: Atlas, 2006 p 49)

(2)“Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, (...) Se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. (...) Pelo contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem daí esperar nada. E grande será a vossa recompensa e serei filhos do Altíssimo, porque ele é bom para com os ingratos e maus.” Lc 6, 27-35

(3) “Impedir e fazer frente a essas maldições capitais [a escassez de recursos naturais e a poluição – decorrentes do aumento do consumo] é um requisito indispensável para o êxito de qualquer projeto utópico de liberação humana [chinesada, sigam a utopia do mestre comunista Darcy e parem de consumir – pelo bem da humanidade, voltem à pobreza]. (...) Trata-se, nada menos, de romper as velhas formas da vida para criar novas, cuidando que estas não surjam contaminadas. Trata-se, como foi dito, de impedir que o passado se reproduza no futuro.” (RIBEIRO, Darcy, Sobre o óbvio, Rio de Janeiro, Editora Guanabara, 1986, p. 55)

André disse...

Você acha que uma sociedade sem religião (não por imposição, mas sim por vontade dos participantes da tal sociedade) é necessariamente autoritária?

Os países também não são lá muito antigos, não acredito que sejam uma instituição eterna. Só porque existiu até agora não quer dizer que vá existir pra sempre.

Rodrigo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rodrigo disse...

Entendo o seu argumento, mas onde está essa "vontade dos participantes" se tudo o que vemos são alguns poucos que contra a ampla maioria vociferam sua "crença" nesse formato de sociedade? Não me parece razoável deixar de acreditar em Jesus, cujos ensinamentos e valores de amor, paz e irmandade sobrevivem até hoje para passar a acreditar num Christopher Hitchens, colunista do Vanity Fair, que parece estar constantemente bêbado. O dia em que eu ouvir ou vir um deles fazer mais do que fez Jesus, então eu ouvirei o que eles têm a dizer a respeito de Deus e da Igreja. Do contrário, é tudo vaidade e blá blá blá.

André disse...

Er... a decisão não é exatamente 'ter uma religião' x 'acreditar no hitchens'. Existe toda uma gama de outras possibilidades.
De qualquer forma, não vejo problemas em acreditar em algum bêbado, tanto que ele forneça evidências para seus argumentos :D

Unknown disse...

"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar" Eduardo Galeano

Rodrigo disse...

"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Hace algún tiempo en ese lugar
donde hoy los bosques se visten de espinos
se oyó la voz de un poeta gritar
"Caminante no hay camino,
se hace camino al andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Murió el poeta lejos del hogar.”

Antônio Machado

Rodrigo disse...

Segue, agora, inteiro e em português:

Cantares

Tudo passa e tudo fica
porém o nosso é passar,
passar fazendo caminhos,
caminhos sobre o mar

Nunca persegui a glória
nem deixar na memória
dos homens minha canção
eu amo os mundos sutis
leves e gentis,
como bolhas de sabão

Gosto de vê-las pintarem-se
de sol e grená, voarem
abaixo do céu azul, tremerem
subitamente e quebrarem-se ...

Nunca persegui a glória

Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar.

Ao andar se faz caminho
e ao voltar a vista para trás
se vê a trilha que nunca
se há de voltar a pisar

Caminhante, não há caminho
exceto marcas no mar ...

Há algum tempo neste lugar
onde hoje os bosques se vestem de espinhos
se ouviu a voz de um poeta gritar
"Caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar"...

Golpe a golpe, verso a verso...

Morreu o poeta longe do lar.
Cobre-lhe o pó de um país vizinho.
Ao afastar-se lhe vieram chorar
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."

Golpe a golpe, verso a verso...

Quando o pintassilgo não pode cantar.
Quando o poeta é um peregrino,
quando de nada nos serve rezar.
"Caminhante não há caminho,
se faz caminho ao andar..."

Golpe a golpe, verso a verso.

Antônio Machado